http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2016/02/o-brasil-vai-de-mal-pior-depois-da-zika.html
Por Celso Lungaretti
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
O BRASIL VAI DE MAL A PIOR: DEPOIS DA ZIKA, A SÍFILIS!
Poucos têm tantos motivos como eu para suspeitar dos conteúdos da Folha de S. Paulo; já perdi a conta das batalhas que travei com tal jornal, acusando-o de tendenciosidade.
Mas,
o exercício do jornalismo ensinou-me a distinguir os textos com
deformação ideológica daqueles que cumprem apenas funções primordiais da
imprensa, como as de informar, interpretar e alertar.
É o caso do editorial desta 3ª feira (23) da Folha, que precisa ser conhecido pelo máximo de brasileiros, pois trata de outro gravíssimo problema de saúde pública, a requerer as mais urgentes providências. Leiam, avaliem, difundam.
É o caso do editorial desta 3ª feira (23) da Folha, que precisa ser conhecido pelo máximo de brasileiros, pois trata de outro gravíssimo problema de saúde pública, a requerer as mais urgentes providências. Leiam, avaliem, difundam.
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ATÉ SÍFILIS
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"Há
certas notícias do Brasil que parecem nos transportar de volta ao
século 19, ou antes. Não bastassem zika, chikungunya e dengue, viroses
transmitidas pelo velho e conhecido mosquito da febre amarela, o país vê
explodirem também os casos de sífilis congênita.
Em 2014, último dado disponível, foram 16.266 ocorrências de nascituros
infectados. Entre gestantes, a incidência quase quadruplicou, indo de
7.920 casos, em 2008, para 28.226, seis anos depois.
Para comparação: há 508 casos confirmados de microcefalia desde outubro,
que provocaram alarme nacional. Os números da sífilis são coisa muito
mais séria.
A infecção pela bactéria Treponema pallidum, ao ser transmitida da mãe
para o bebê, pode causar malformações ósseas no feto (inclusive
microcefalia). Se não for tratada até um mês de vida, há risco de
cegueira, surdez e retardo mental.
Neste caso, não há uma população de insetos fora de controle por incúria
do poder público. Há, isso sim, uma coleção de falhas –passadas e
presentes– das autoridades de saúde.
Atribui-se a explosão de sífilis, primeiro, a um aumento de
notificações. O problema já existiria faz muito e não teria sido
conhecido na sua real dimensão. Ora, isso só demonstra um fracasso do
sistema de vigilância sanitária, mitigado por avanços mais que tardios.
Há fatores concorrentes e mais atuais. Tantas mulheres infectadas
evidenciam uma frequência ainda alta de sexo desprotegido, a atestar a
deficiência dos programas governamentais de educação e prevenção a
respeito de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Outra explicação, ao que tudo indica ainda mais grave, é a falta de
medicamentos para tratar as mães e sua prole –há carência das duas
modalidades de penicilina (benzatina e cristalina). Levantamento do
Ministério da Saúde em janeiro apontou desabastecimento em 16 Estados.
Se a sífilis é a mais conhecida DST, a penicilina é o pai de todos os
antibióticos. A substância foi identificada em 1928 a partir do fungo
Penicillium por Alexander Fleming e abriu uma nova era de combate a
germes que afligem a humanidade desde o início da espécie.
Há algo de muito enfermo em um sistema de saúde que não consegue, em
pleno século 21, manter e distribuir estoques adequados de um remédio
tão básico."
INÍCIO
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