Justiça, esse complemento invisível
Por Cruz Martínez
http://praza.gal/opinion/3189/justica-esse-complemento-invisivel/
| Movementos sociais | 1
Cruz Martínez
Justiça, esse complemento invisível
Pois parece que o antigo edifício do hospital Geral já possui uma nova função: ser o novo enclave da cidade da justiça. Aleivosamente
arrebatam-nos uma parte da sanidade pública, ficando os serviços de
urgências sanitárias num só ponto, no Cunqueiro, afastado da cidade, o
qual satura-se com frequência por não ter os meios físicos, técnicos e
recursos humanos necessários. Desde a mudança ao novo centro, estão a mínimos.
Esvaziam um dos hospitais importantes da cidade, um referente, para erguer no seu lugar “uma cidade da justiça”. Soa bem por certo, mas haverá que aguardar a que transcorra o tempo para observar se os futuros factos fazem honra ao nome. Pois até o da agora, a justiça é o complemento invisível, do que todos falam, mas ninguém conhece o seu paradeiro.
O desastre uma vez mais, apresenta-se como uma doença assintomática, que quando se consegue descobrir a sintomatologia já não existe remédio.
Isto é o que acontece nesta cidade, tudo o que pertence ao passado consideram que é pior, e assim se derrubam edifícios emblemáticos para construir outras coisas que não saberíamos como definir. Fazer e desfazer são as atitudes que mantêm mais espertas, desadormecidas, prontas a criar a nova inovação do caos. Esta realidade semelha formar parte dum número circense, ao que chegamos justo na representação dos magos. A magia, concebida para adormecer-nos os sentidos e converter-nos em meros espetadores dum ato alienador. Ser mago neste lugar é condição indispensável, pode ser sem dúvidas a profissão com mais futuro!.
Ante a proposta do vice-presidente, o regedor da cidade sente o palpite de que tudo vai sair estupendo, tem boas sensações sobre o citado projeto e desvela que lhe fluem infinidade de ideias na sua privilegiada cabeça. Em fim, não sei qual será a reação mais acertada, se estar esperançada
ou morta de medo!. Inevitavelmente a reconversão acaba de começar.
Penso que ele, já está valorando achegar uma parelha de dinosetos ao edifício para assim conseguir o acrescimento da família dos sáurios. Quiçá o decrescimento e envelhecimento da povoação possa resolver-se deste jeito. Ainda que deveria apressurar-se pois o exemplar da Porta do Sol, está-se deteriorando com muita celeridade, e é possível que já não haja tempo para a procriação.
Quiçá se em vez de sáurios ou barcos para enfeitar rotundas, praças e ruas, optaram por adir palhoças, ou palheiros de erva seca, seria mais autóctone. E se do seu interior saíssem milheiros de liscanzos, sentiria-me como na minha própria aldeia. Lembro quando criança que me atemorizavam muito estes répteis. Pareciam-me serpes, e arrepiavam-me!. Mas com os anos, apreendi que aqueles bichos eram inofensivos. Agora com certeza, sei que há outras serpes que são piores, camuflam-se perfeitamente entre a gente e muitos deles dedicam-se à política.
Aparte dos disparates que a uma se lhe podem ocorrer ao conhecer esta notícia, haveria que indagar no custe real da mudança. Algo no que não reparam os culpáveis da situação caótica que sofremos.
Obviamente o facto de fazer e desfazer também acarreia gasto, e muito seguramente. Ademais, existem outras muitas necessidades que precisam uma solução imediata, e se esquecem. A interpretação do lícito inverte-se quando é conveniente, pois a justiça social não incita a mesma paixão que o saqueio, a corrupção ou o desvio de fundos.
Existem tantas gestões anteriores que não souberam resolver que uma mais já não se nota, pois esta não é a primeira vez que padecemos o desleixe premeditado dos governantes, nem será a última, e essa é a crua realidade!
Esvaziam um dos hospitais importantes da cidade, um referente, para erguer no seu lugar “uma cidade da justiça”. Soa bem por certo, mas haverá que aguardar a que transcorra o tempo para observar se os futuros factos fazem honra ao nome. Pois até o da agora, a justiça é o complemento invisível, do que todos falam, mas ninguém conhece o seu paradeiro.
O desastre uma vez mais, apresenta-se como uma doença assintomática, que quando se consegue descobrir a sintomatologia já não existe remédio.
Isto é o que acontece nesta cidade, tudo o que pertence ao passado consideram que é pior, e assim se derrubam edifícios emblemáticos para construir outras coisas que não saberíamos como definir. Fazer e desfazer são as atitudes que mantêm mais espertas, desadormecidas, prontas a criar a nova inovação do caos. Esta realidade semelha formar parte dum número circense, ao que chegamos justo na representação dos magos. A magia, concebida para adormecer-nos os sentidos e converter-nos em meros espetadores dum ato alienador. Ser mago neste lugar é condição indispensável, pode ser sem dúvidas a profissão com mais futuro!.
Ante a proposta do vice-presidente, o regedor da cidade sente o palpite de que tudo vai sair estupendo, tem boas sensações sobre o citado projeto e desvela que lhe fluem infinidade de ideias na sua privilegiada cabeça. Em fim, não sei qual será a reação mais acertada, se estar esperançada
ou morta de medo!. Inevitavelmente a reconversão acaba de começar.
Penso que ele, já está valorando achegar uma parelha de dinosetos ao edifício para assim conseguir o acrescimento da família dos sáurios. Quiçá o decrescimento e envelhecimento da povoação possa resolver-se deste jeito. Ainda que deveria apressurar-se pois o exemplar da Porta do Sol, está-se deteriorando com muita celeridade, e é possível que já não haja tempo para a procriação.
Quiçá se em vez de sáurios ou barcos para enfeitar rotundas, praças e ruas, optaram por adir palhoças, ou palheiros de erva seca, seria mais autóctone. E se do seu interior saíssem milheiros de liscanzos, sentiria-me como na minha própria aldeia. Lembro quando criança que me atemorizavam muito estes répteis. Pareciam-me serpes, e arrepiavam-me!. Mas com os anos, apreendi que aqueles bichos eram inofensivos. Agora com certeza, sei que há outras serpes que são piores, camuflam-se perfeitamente entre a gente e muitos deles dedicam-se à política.
Aparte dos disparates que a uma se lhe podem ocorrer ao conhecer esta notícia, haveria que indagar no custe real da mudança. Algo no que não reparam os culpáveis da situação caótica que sofremos.
Obviamente o facto de fazer e desfazer também acarreia gasto, e muito seguramente. Ademais, existem outras muitas necessidades que precisam uma solução imediata, e se esquecem. A interpretação do lícito inverte-se quando é conveniente, pois a justiça social não incita a mesma paixão que o saqueio, a corrupção ou o desvio de fundos.
Existem tantas gestões anteriores que não souberam resolver que uma mais já não se nota, pois esta não é a primeira vez que padecemos o desleixe premeditado dos governantes, nem será a última, e essa é a crua realidade!
Acerca de Cruz Martínez
Cruz Martínez (Armenteira 1960) escritora.
Blog pessoal: http://noollardunbufoverde.blogspot.com.es/
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