O Perigo dos Conflitos
Internacionais
Carlos A. Lungarzo
Durante
um dos debates eleitorais do primeiro turno, um dos candidatos deu um “gancho”
a Aécio Neves sobre a fala de Dilma Rousseff nas Nações Unidas. A presidente
havia proposto uma solução pacífica ao conflito com a ISIS (Nação Islâmica), que
estava sendo bombardeada pelos EUA e seus marionetes da OTAN, com baixas entre
a população civil.
Aécio compartilhou com seu colega de debate a
indignação pela fala de presidenta e, como é seu hábito, fez várias ironias e
sarcasmos.
Ele criticou que Dilma quisesse uma posição
negociadora, e disse “que sentiu vergonha” quando ouviu a presidenta falar.
Bom, se ele repudiou tanto essa proposta, só
fica uma possibilidade.
Se a negociação merece repúdio, então,
devemos supor que Neves apoiaria uma intervenção militar do Brasil no Iraque e Na Síria.
Lembremos que nem FHC disponibilizou tropas
aos EUA em 2001, apesar da subserviência sempre mostrada por ele com a Casa
Branca. Ora, Aécio Neves fez grande ostentação de seu apoio à agressão
americana.
Ele aceitaria que brasileiros fossem a morrer
na guerra de extermínio que se leva sobre Iraque.
Ora, imagino que muitas pessoas pensam:
“Eu não tenho filhos jovens em situação de
servir. Portanto, não me importo que Brasil entre em guerra com João ou com
Padro”.
Ou, então:
“Eu não sou pobre. Os militares não vão
recrutar meu filho”
Mas, há um detalhe.
Brasil nunca foi alvo de ataques
terroristas, salvo o dos próprios militares como no caso da bomba de Rio
Centro, há três décadas. (Crime
comum não é terrorismo, como sabe qualquer pessoa com um neurônio, mesmo que
seja repudiável. Terrorismo, segundo o
CSONU é um ato de agressão massiva e sistemática, como
os que se fizeram nas Torres Gêmeas, em Paquistão, na Kenya, e até na
Argentina.
Ora,
si você provoca a uma força que nunca fez nada contra você nem seus amigos, e
que é atacada porque os vendedores de armas querem mais lucro, então é provável que os atacados tentem se
vingar. Especialmente, porque os terroristas são fanáticos e vingativos.
Para
os mais informados, em 1991, o presidente Argentino Menem, do mesmo estilo
ideológico que FHC e que Neves, foi o único latino-americano a mandar tropas a
combater na guerra do golfo.
Os
islâmicos devem ter pensado que ele não tinha por que meter-se e, em 1992 e em
1994 colocaram duas poderosas cargas explosivas, uma na Embaixada Israelense em
Buenos Aires, e outra em uma entidade filantrópica judia. As mortes foram, no
total, 114 pessoas.
(Observe
que Israel em si mesmo não foi atacado, pois ele não interveio na guerra
diretamente.)
Todo
terrorismo é repudiável, sem dúvida, MAS TAMBÉM É REPUDIÁVEL QUE VOCê COLOQUE
GENTE INOCENTE NA LINHA DE FOGO DO TERRORISMO, PARA AGRADAR AOS PATRÕES QUE
SUBSIDIAM SUA CAMPANHA POLÍTICA.
Então,
evitE eleger um governo guerrerista. Mesmo se você não se importa com ética,
nem com paz, nem com direitos humanos, seria bom pensar isto:
“Se
meu presidente atacar meio oriente, podemos ter uma represália terrorista”.
Lembre
que os EUA se queixaram que a guerra será longa e precisa o apoio de todos os
países fortes.
E os
terroristas não têm racionalidade. Eles podem atacar Rio, SP, Brasília,
qualquer lugar.
Seria
pena perder o caráter de neutralidade que tanto honra a política brasileira.
Bom,
talvez Aécio só fez uma brincadeira....
Mas,
peço que pense um pouco sobre isto antes de tomar uma decisão....
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