domingo, 22 de março de 2009

Francastel e Panofsky: o espaço como problema

Jean Duvignaud

Comparação das interpretações de Francastel e Panofsky quanto à representação do espaço. Ao descrever uma obra, Panofsky a insere numa cultura, enclausurando-a nessa estrutura. Sua teoria não prevê a capacidade de transformação da arte. Já Francastel afirma que o imaginário põe em xeque a cultura aceita, fazendo do espaço um instrumento de revolução permanente.
"Francastel, Panofsky, espaço, imaginário."

Deveria parecer-nos novamente inquietante a afirmação de Pierre Francastel em Pintura e sociedade: “o espaço é a própria experiência do homem”. Isso porque tal afirmação diz respeito a uma experiência e uma epistemologia da criação imaginária ainda não fundada, mas da qual Francastel foi o iniciador.Na verdade, a existência de tal busca demanda reencontrar-se, sob a ideologia das artes, a camada profunda em que nasce, numa estrutura social particular,a incitação real à invenção de formas que não repetem as figuras convencionais, dedutíveis ou previsíveis de uma cultura específica. As matrizes do imaginário, eis o que deveriam descobrir o analista e o criador, na medida em que uma autêntica sociologia do imaginário possa colocar-se nesse ponto da experiência, no qual o dinamismo coletivo toma, por meio de uma metáfora ou símbolo, a forma de dinamismo individual. Transformação difícil de se determinar, já que sua trajetória se efetua através das múltiplas instâncias da vida cotidiana, das classificações sociais, das mentalidades, dos símbolos comuns, das utopias.Essa camada profunda, Francastel a chama de espaço,ou seja, ele estabelece uma relação hipotética entre o imaginário e a trama global em que o homem vive sua experiência ao mesmo tempo factual e intencional. O que seria, então, da experiência humana, desprovida dessa relação essencial entre as coisas, os seres, os percursos, as fronteiras, os terrenos, as ruas, e as relações da existência – a mais trivial – com os elementos daquilo que se nomeava meio? Em A interpretação dos sonhos, Freud indica como um certo discurso onírico substitui ou representa, para a pessoa adormecida ou para o sonhador acordado que medita sobre seu sonho.(...)

LEIA NA ÍNTEGRA EM: http://www.eba.ufrj.br/ppgartesvisuais/revista/e15/JeanDuvignaud.pdf.

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