*para ver os vídeos acessar:
http://www.pagina13.org.br/lutas-e-direitos/governo-alckmin-promove-barbarie-em-escolas-ocupadas-milicias-fascistas-destroem-patrimonio-publico-e-pm-bate-em-criancas-e-jovens/
Governo Alckmin promove barbárie em escolas ocupadas: Milícias fascistas destroem patrimônio público e PM bate em crianças e jovens
2 de dezembro de 2015
Página 13 divulga a
matéria “Governo Alckmin promove barbárie em escolas ocupadas: Milícias
fascistas destroem patrimônio público e PM bate em crianças e jovens”,
tomada do Viomundo.
Como ficou a Escola Estadual Coronel Sampaio, em Osasco, após ser invadida por homens encapuzados e armados
por Conceição Lemes
Sorocaba, 27 de novembro, sexta-feira.
Oficiais de Justiça tentam, sem sucesso,
entregar a notificação de reintegração de posse aos estudantes, que
ocupam 21 escolas contra a“reorganização” do governo Geraldo Alckmin
(PSDB).
Nas 48 horas seguintes, duas são
invadidas por pessoas encapuzadas e armadas, que cortam a luz elétrica,
ameaçam os alunos, roubam equipamentos e destroem o patrimônio público
de ambas, quebrando vidros das janelas, portas, carteiras, máquinas.
Na madrugada de sábado, 28, isso acontece na Escola Estadual Mário Guilherme Notari, no Jardim Luciana Maria. Na noite de sábado, na EE Guiomar Camolesi Souza, no Jardim Maria Eugênia. À força, os estudantes desocupam as duas escolas.
O site Sorocaba de Verdade denuncia:
Mais grave do que isso é o motivo que
levou os estudantes a deixarem as escolas estaduais Mario Guilherme
Notari, no Jardim Luciana Maria, e Guiomar Camolesi Souza, no Jardim
Maria Eugênia: invasão da escola por bandidos que nada têm a ver com o
movimento de resistência ao fechamento de escolas por parte do Governo
do Estado e o constrangimento a que foram submetidos por profissionais
da educação e “lideranças” dos bairros. Outras 19 escolas seguem
ocupadas pelos alunos
Osasco, 30 de novembro, segunda-feira.
O modus operandi utilizado em Sorocaba é aplicado na Escola Estadual Coronel Sampaio, em Osasco, na Grande São Paulo.
O site O Mal Educado denuncia:
“ATAQUE À E.E. CORONEL SAMPAIO EM OSASCO!! ESSA É A ESTRATÉGIA DE “GUERRA” DO GOVERNO?
Logo após o Governo declarar que
iniciaria uma “guerra” contra o movimento dos estudantes, começam
ataques violentos contra as ocupações mais afastadas das câmeras da
grande mídia. Em Osasco, a E.E. Coronel Sampaio foi invadida e destruída
por pessoas estranhas. A Polícia Militar estava no local e jogou bombas
nos estudantes, mas não impediu que os invasores ateassem fogo no
colégio.
(…)
O que aconteceu? Na manhã dessa
segunda-feira, a Diretoria de Ensino de Osasco convocou a comunidade
escolar para uma reunião para incentivar a desocupação da E.E. Coronel
Sampaio. Logo em seguida, à tarde, um grupo de pessoas de fora invadiu a
ocupação e começou a quebrar toda a escola, roubando muitos materiais.
Aterrorizados, muitos dos estudantes que estavam ocupando o prédio
saíram. Logo em seguida chegou a PM jogando bombas dentro da escola.
Os estudantes que permaneceram tentavam
se reunir no pátio para decidir o que fazer, quando a escola foi
novamente invadida pelos fundos e incendiada – e a PM estava presente o
tempo todo! Tentando ajudar os outros alunos, dois estudantes ficaram
feridos, um cortado pelos pedaços de vidro no chão, outro que passou mal
devido ao medo e a fumaça. Um estudante conseguiu recuperar um tablet
que fora roubado e trouxe de volta à escola.
São Paulo, 1º dezembro, terça-feira.
Sai no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOSP) o
decreto 61.671/2015, do governador Geraldo Alckmin, oficializando
a “reorganização” escolar, que fechará 94 escolas e
desestruturará outras 782. Curiosamente não traz a assinatura do
secretário da Educação, Herman Voorwald, nem a lista das escolas
atingidas.
Ao mesmo tempo, a Secretaria Estadual de
Educação põe escancaradamente em prática outra estratégia de “guerra”
do governo tucano contra os estudantes.
Ela foi acertada no domingo 29,
na reunião reservada do chefe de gabinete de Voorwald, Fernando Padula
Novaes, com 40 dirigentes de ensino do Estado, e que vazou. “A gente vai
brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando
contra a reorganização]”, Padula arrotou.
Ao arrepio da lei, inclusive contrariando decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (T-SP), manda a PM invadir escolas.
Além disso, para mobilizar a comunidade espalha mentiras. Por exemplo,
a de que os alunos irão perder o ano. Chega ao cúmulo de orientar pais
e mães a fazerem matrícula em escolas ocupadas, para gerar tensão.
O alvo “inaugural” desta outra estrategia é a Escola Estadual Maria, na Bela Vista, zona central da capital.
Jornalistas Livres acompanhou toda ação desde cedo:
* No início da manhã, Fernando Padula
foi pessoalmente à Maria José pressionar os estudantes. Ridícula a sua
“performance” como tiozão legal, compreensivo (veja no vídeo abaixo). Mais falsa que nota de R$ 3. Não convenceu.
*Em seguida, um bando, tendo à frente o
diretor da escola, Vladimir Teofilo Fragnan Filho, arrombou o cadeado do
portão do colégio e invadiu o prédio, que vem sendo mantido e cuidado
pelos alunos.
* À porta, a Polícia Militar (PM)
assistiu toda essa movimentação, como se não estivesse acontecendo nada.
O spray de pimenta ficou apontado só para os alunos.
* Na sequência, orquestrados pela
diretoria de ensino na sua chamada “guerra” contra as escolas ocupadas,
a Polícia Militar e um bando de civis invade a escola e expulsa os
jornalistas (veja no segundo vídeo abaixo). A ação é truculenta. Na tentativa de desocupar, policiais espirram spray de pimenta em crianças e adolescentes.
* E, aí, a covardia das covardias.
O diretor da Escola Estadual Maria José, Vladimir Teofilo Fragnan Filho,
deu um tapa rosto de uma estudante de 16 anos que protestava contra a
“reorganização escolar”. Um colega foi socorrê-la e acabou espancado
por policiais que escoltavam o diretor. Acompanhados da mãe da menina,
os dois jovens fizeram Boletim de Ocorrência (BO) na 5ª DP, para
denunciar diretor e PMs por lesão corporal.
Diante da leitura do BO e das imagens destes vídeos, a pergunta óbvia: Se o
governo Alckmin agiu com tamanha truculência, em plena região central
da capital, o que não será capaz de fazer nas escolas das “quebradas”?
CONEXÃO SOROCABA-OSASCO-BELA VISTA SP
A esta altura, outras perguntas são inevitáveis:
– O que aconteceu em Sorocaba tem a ver com o que ocorreu em Osasco e Bela Vista, na capital paulista?
A resposta é sim, claro.
– O que une os ataques de grupos armados a escolas ocupadas em Sorocaba e Osasco?
Como o Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo (TJ-SP) vetou a reintegração de posse das escolas ocupadas e o
uso da PM nessas ações, aparentemente a “solução” foi criar milícias de
cunho fascista para expulsar a garotada. Há indícios de digitais
tucanas nelas.
Vejamos.
1. Na semana passada, o Movimento Ação Popular, ligado à juventude do PSDB, criou no Facebook a página Devolve a Minha Escola, cujo objetivo é combater as ocupações nos colégios. Administra-a Roney Glauber (na foto ao lado, com Alckmin). Eletrabalha no Diretório do PSDB em Guarulhos e preside Juventude tucana Guarulhos.
Além da página no Facebook, integrantes do Movimento da Ação Popular têm visitado escolas ocupadas para pressionar os alunos, revela a revista Fórum. Quando
percebem que não vão conseguir, fazem ameaças. “Tudo bem, se não vai
sair por bem, vai sair por mal”, disseram a uma manifestante da
capital.
2. Tudo indica que aí eles já iniciavam
os preparativos para a “guerra” contra as escolas ocupadas, deflagrada
por Fernando Padula, chefe de gabinete do secretário da Educação de São
Paulo,em reunião reservada, cujo áudio vazou.
3. Coincidentemente, nessa reunião do
domingo, Padula apresentou de forma solene um militante do Movimento
Ação Popular, que frequentemente comparece nas manifestações pelo
impeachment da presidenta Dilma. Seria o próprio Roney? Como apenas o
áudio vazou, não dá para ter certeza.
4.O fato é que o movimento fascista
contra as escolas ocupadas se intensificou na já famosa reunião de
domingo, quando foram divulgadas por Fernando Padula e Valéria Volpato
as estratégias do governo Alckmin contra os movimento dos estudantes.
Ouvir Padula contar que as placas de
carros estacionados próximos às escolas estavam sendo fotografadas para
saber se eram de integrantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do
Estado de São Paulo) deu náuseas. Me fez voltar aos tempos da ditadura
militar, quando professores, alunos, funcionários eram vigiados.
5. Curiosamente, o chefe de gabinete do Secretário da Educação (ao lado, de terno) chegou à Escola Estadual Coronel Sampaio, em Osasco, logo após o ataque armado de destruiu o colégio. Teria sabido antes?
No caso da Maria José, a PM e um bando
de civis (acompanhava o diretor) partiram para cima da garotada pouco
depois de Fernando Padula ir embora. Teria partido dele a ordem para a
PM invadir a escola?
6. Estranhamente, tanto em Osasco quanto
na Bela Vista a Polícia Militar do governo Alckmin assistiu
passivamente às agressões aos estudantes e às escolas e nada fez. Pelo
contrário. Na escola da Bela Vista, os estudantes levaram spray de
pimenta no rosto. Seriam ordens superiores?
CONLUIO CRIMINOSO DA GRANDE MÍDIA COM O GOVERNO PAULISTA
Como era de esperar, os telejornais
desde ontem cedo apontavam para os alunos como responsáveis pelo
vandalismo, livrando a cara do governo Alckmin.
No caso de TV Globo, isso começou no Bom Dia São Paulo e culminou no Jornal Nacional. O conluio mídia/tucanos, como sempre.
Ao mesmo tempo, abriu os microfones para
o chefe de gabinete do secretário da Educação conjeturar sobre
haver “movimento político por trás”. Ele quis incriminar
PT, PCdoB, movimentos sociais de esquerda… Nada de novo.
Só que não é necessário contratar
nenhuma força-tarefa para se descobrir que os ataques de vandalismo às
escolas ocupadas não partiram de alunos. Destruí-las não lhes
interessa nem aos seus apoiadores.
A quem então interessa detonar uma escola?
A quem interessa fazer com que os estudantes desocupem uma escola?
Será essa a tática “de guerra” do governo em ação, para colocar a população contra a luta justa e digna dos estudantes?
Sugiro que o governador Alckmin procure
os responsáveis por estas arbitrariedades e truculências, nas próprias
hostes tucanas, talvez alguns mercenários.
Diante tudo isso:
* Por que o Ministério Público do Estado
de São Paulo demorou tanto para intervir e, assim, proteger crianças e
adolescentes? Estava esperando uma morte para cumprir o seu papel
constitucional de defender a sociedade? Nessa terça 1, finalmente, MP
começou a se movimentar.
* Cadê os Conselhos Tutelares para proteger crianças e adolescentes de agressões e abusos?
* Os ataques não seriam a
materialização da volta de um eventual “acordo” entre o PCC e o governo
Alckmin para impedir a continuidade do movimento?
Assim como Alckmin, os traficantes estão
gostando nenhum pouco das escolas ocupadas. Primeiro, porque os alunos
proíbem o uso de drogas nelas. Segundo, porque aumenta o policiamento nas escolas, atrapalhando os “negócios”.
Há, portanto, uma tragédia anunciada e não dá para silenciar diante de tantas barbaridades.
Mais do que nunca quem realmente
defende Estado de direito e a democracia só pode estar de um lado neste
momento: o dos estudantes que ocupam as escolas.
A propósito: por trás dessa
barbárie toda não estaria também o truculento Saulo de Castro,
secretário de Governo de Alckmin? É aquele mesmo Saulo de Castro, que
desacatou deputados e foi denunciado ao Ministério Público. Esse cidadão
é conhecido pelo estilo trator e pela truculência.
PS do Viomundo: Segundo o site Não fechem minha escola já
são 231 escolas ocupadas. Até o momento, 2 de dezembro às
13h52, contabiliza 116 mil curtidas. Já o site do grupo pró-Alckmin, o Devolve minha escola, tem apenas 1.600.
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