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Jacob Gorender
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Jacob Gorender | |
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Nascimento | 20 de janeiro de 1923 Salvador |
Morte | 11 de junho de 2013 (90 anos) São Paulo |
Nacionalidade | Brasil |
Ocupação | historiador |
Em Marxismo sem utopia, 1999, Jacob Gorender apresentou uma síntese de sua visão teórica recente, que seria também a última, tendo em vista não ter feito nenhuma retificação até seu falecimento. Marxismo sem utopia versa sobre temas como a natureza da classe operária, o princípio do determinismo histórico, a diferença entre a transição ao capitalismo e a transição ao socialismo, e as características da sociedade socialista.[2] [3]
Jacob Gorender propõe que a classe operária é possuidora de uma "ontologia reformista" e não "revolucionária", critica o determinismo histórico, afirma a importância dos intelectuais para a formação da consciência revolucionária, apoiando se em Lênin, e discorre sobre a necessidade do Estado na sociedade socialista.[2] [3]
Armando Boito e Caio Navarro de Toledo, em Resenha sobre Marxismo sem utopia de Jacob Gorender, analisam a obra do autor e apresentam sua crítica do conceito de "ontologia reformista" com argumentos que tornam a discussão ainda mais rica e complexa. Segundo os autores, o uso do conceito "ontologia" implica numa abordagem essencialista, lembram que, na teoria marxista, uma classe é definida tanto por sua inserção nas relações de produção, quanto por fatores relativos às suas lutas políticas concretas. Os termos "reformista" ou "revolucionário", adjetivando a referida "ontologia", geram o mesmo equívoco teórico. Somente em uma formação social concreta, historicamente determinada, se pode falar em classe "reformista" ou "revolucionária". Eles verificam, também, uma incongruência na tese da "ontologia reformista" com a ideia de processo histórico aberto, pois, ao mesmo tempo em que Gorender faz uma crítica da teleologia, fala de uma natureza da classe operária. Se a classe possui uma natureza tal, haveria, sim, uma teleologia, ou seja, o processo histórico se direcionando fortemente para um fim específico. Não haveria razão para falar de fatores atuais, como diferenciação ou heterogeneidade da classe operária, que a fariam perder seu caráter revolucionário, se sua ontologia é definitivamente reformista. Resenha sobre Marxismo sem utopia, página 174 [4]
Índice
Artigos e Ensaios
- 1958 “Correntes sociológicas no Brasil”. ESTUDOS SOCIAIS, n.º 3-4, Rio de Janeiro, set./dez. de 1958, pp. 335–352;
- 1958 “Política exterior em crise”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, 1958, nº 2, pp. 129–36;
- 1958 “Revista Brasiliense. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, maio/junho de 1958, nº 1, pp. 125-7;
- 1959 “A espoliação do povo brasileiro pela finança internacional”. ESTUDOS SOCIAIS, nº 6, Rio de Janeiro, maio/setembro de 1959, pp. 131–48;
- 1960 “A questão Hegel”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, nº 8, julho. de 1960, pp. 436–58;
- 1960 “O V Congresso dos comunistas brasileiros”. ESTUDOS SOCIAIS, n. 9, Rio de Janeiro, outubro de 1960, pp. 3–11;
- 1960 “Perspective de l’homme/Roger Garaudy”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, nº 9, outubro de 1960, pp. 113–16.
- 1963 “Direções da luta pela democracia em nosso tempo”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, nº 18, novembro de 1963, pp. 189–93.
- 1980 O conceito de modo de produção e a pesquisa histórica. In: Lapa, J.R. do Amaral (org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis, Vozes, 1980.
- 1982 Introdução. In: Marx, Karl. Para a crítica da economia política. São Paulo, Abril Cultural, 1982. Coleção Os Economistas.
- 1983 Apresentação. In: Marx, Karl. O capital. vol. 1. São Paulo, Abril Cultural, 1983. Coleção Os Economistas.
- 1983 Questionamentos sobre a teoria econômica do escravismo colonial. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 1983. 1(13).
- 1984 Nota sobre uma questão de ética intelectual. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 1984. 2 (14).
- 1986 A participação do Brasil na II Guerra Mundial e suas conseqüências. SZMRECSANYI, T. & GRANZIERA, R.B. [Org.] Getúlio Vargas e a economia contemporânea. Campinas: UNICAMP, 1986.
- 1987 A revolução burguesa e os comunistas. In: D’Incao, Maria Angela (org.). O saber militante. Ensaios sobre Florestan Fernandes. Rio de Janeiro, UNESP/Paz e Terra, 1987.
- 1988 A face escrava da corte imperial brasileira. Azevedo, P. C. & LISSOVSKY, M. [Org]. Escravos brasileiros: do século XIX na fotografia de Chistiano Jr. São Paulo: Ex Libris, 1988. pp. xxxi-xxxvi.
- 1988 Coerção e consenso na política. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1988. 3 (2).
- 1989 Crise mortal ou reconstrução? Teoria e Debate. São Paulo, 1989, (n.8).
- 1989 Do pecado original ao desastre de 1964. In: D’Incao, Maria Angela (org.). História e ideal. Ensaios sobre Caio Prado Júnior. São Paulo, UNESP/Brasiliense, 1989.
- 1989 Introdução. O nascimento do materialismo histórico. In: Marx, Karl e Engels, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo, Martins Fontes, 1989.
- 1990 Introdução. Teoria econômica e política revolucionária no marxismo russo. In:. Bukharin. São Paulo, Ática, 1990. Coleção Grandes Cientistas Sociais. Fernandes, Florestan, (coord.)
- 1990 Teoria econômica e política revolucionária no marxismo russo. BUKHARIN. Economia. São Paulo: Ática, 1990. [Coord. Fl. Fernandes.]
- 1991 A escravidão reabilitada. LPH - REVISTA DE HISTÓRIA. Seminário sobre “Tendências contemporâneas da historiografia brasileira”. Universidade Federal de Ouro Preto, dezembro, 1991. Mariana, MG, LPH-UFOP, 1992. 1 (3).
- 1991 Fim do milênio ou fim da História? LPH - Revista de História. Anais do VII Encontro Regional da ANPUH-MG. Mariana, MG, 1991. 1(2).
- 1992 La América portuguesa y el esclavismo colonial. BONILLA, Hercaclio. [Org.] Los conquistados. 1492 y la población indígena de las Américas. Bogotá/Tercer Mundo/Flacso/Libri Mundi, 1992.
- 1992 La América portuguesa y el esclavismo colonial. In: Bonilla, Heraclio (org.). Los conquistados. 1492 y la población indígena de las Américas. Bogotá, Tercer Mundo/ FLACSO/ Libri Mundi, 1992.
- 1993 Liberalismo e capitalismo real. In: NÓVOA, Jorge (org.). A História à deriva. Um balanço de fim de século. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1993.
- 1994 A revolução de outubro: revolução ou golpe de Estado? In: Coggiola, Osvaldo (org.). Trotsky/ Hoje. São Paulo, Ensaio, 1994.
- 1994 A vigência de O Capital nos dias de hoje. In: Coggiola, Osvaldo (org.). Marxismo Hoje. São Paulo, Xamã/ Depto de História da FFLCH-USP, 1994.
- 1994 Sobre a dissolução da União Soviética. Crítica marxista. São Paulo, Brasiliense, 1994. 1(1)
- 1994 Teses em confronto: do catastrofismo de Kurz ao social-democratismo de Chico de Oliveira. Universidade e Sociedade. São Paulo, ANDES, 1994. (n.6).
- 1995 Confluências e contradições da construção sociológica. Revista Adusp. São Paulo, Associação dos Docentes da USP, 1995. (n. 4).
- 1995 Conhecimento social e militância política em Florestan Fernandes. Praxis. Belo Horizonte, 1995. (n.5).
- 1995 Estratégias dos Estados nacionais diante do processo de globalização. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1995. 9 (25).
- 1995 Graciliano Ramos: lembranças tangenciais. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1995. 9 (23).
- 1995 Hegemonia burguesa - reforçada pela prova eleitoral de 1994. Crítica marxista. São Paulo, Brasiliense, 1995. 1(2).
- 1995 L’Hegemonie bourgeoise renforcé par l’épreuve electorale bresilienne. Cahiers marxistes. Bruxelas, julho-agosto de 1995.
- 1996 Globalização, realidade e sofismas. Brasil revolucionário. São Paulo, 1996. (n. 25), maio-julho.
- 1996 Globalização, tecnologia e relações de trabalho. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1996. 11 (29).
- 1996 O pior já passou. Folha de S.Paulo. 20 de outubro de 1996.
- 1997 Entrevista a Alípio Freire e Paulo de Tarso Venceslau. In Rememória — Entrevistas sobre o Brasil do século XX. Ricardo Azevedo e Flamarion Maués (orgs.). São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 1997.
- 1997 Marighella, o indômito. In Tiradentes, um presídio da ditadura. Memórias de presos políticos. In Alípio Freire, Izaías Almada, J. A de Granville Ponce (orgs.). São Paulo, Scipione, 1997.
- 1997 Uma vida de militância. Folha de S. Paulo (Jornal de resenhas). 13 de setembro de 1997.
- 1998 A prova da história. ESTUDOS AVANÇADOS. São Paulo, IEA-USP, 1998. 12 (34).
- 1998 O marxismo no final do século XX. In Contributions. Paris, Rencontre Intenationale, 1998. 8º dossié.
- 1998 O proletariado e sua missão histórica. ALMEIDA, J. & CANCELLI, V. [Org.] 150 anos de Manifesto Comunista. São Paulo: Xamã: SNFPPT, 1998. pp. 19–28.
- 1998 Onde falham os esquematismos e as simplificações. Prefácio ao livro de Arlene Clemesha intitulado Marxismo e judaísmo. História de uma relação difícil. São Paulo, Boitempo, 1998.
- 2000 Marxismo sem utopia, São Paulo, Editora Ática, 2000
- 2000 Desafios para uma força social emergente. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 2000. 14 (39).
- 2000 Gilberto Freyre — o talentoso reacionário. In Brasil revolucionário. São Paulo, Instituto Mário Alves, 2000 (n. 27).
- 2001 Challenges for an emerging social force. In Brazil — dillemas and challenges. São Paulo, USP-EDUSP, 2002.
- 2001 Era o golpe de 1964 inevitável? In: Caio Navarro Toledo (org.). 1964: visões críticas do do golpe. Democracia e reformas do populismo. Campinas, Ed. da Unicamp, 1997. Reimpressão 2001.
- 2001 Fleury — torturador e assassino em nome da lei. In Reportagem. São Paulo, Ed. Manifesto, 2001 (n. 18).
- 2001 Marx, um homem comum. In Reportagem. São Paulo, Ed. Manifesto, 2001 (n. 19).
- 2001 Prefácio. Carlos Fico. Como eles agiam. Rio de Janeiro, Record, 2001.
- 2001 Somos todos afro-brasileiros. In Almanaque Brasil de cultura popular. São Paulo, Elifas Andreato Comunicação, 2001 (n. 26).
- 2001 Tortura no Brasil denunciada na ONU. In Reportagem. São Paulo, Ed. Manifesto, 2001 (n. 20).
- 2002 Liberalismo e escravidão. Entrevista. In Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 2002, n. 46.
- 2003 Capitalismo pós-capitalista. In Folha de S.Paulo (Jornal de Resenhas). São Paulo, 08-02-2003.
- 2004 O épico e o trágico na história do Haiti. In Estudos avançados, 18 (50), 2004.
Bibliografia
- GORENDER, Jacob. "Uma vida de teoria e práxis: uma entrevista com Jacob Gorender". Revista Arrabaldes, ano I, no. 1-2, set.dez. 1988, p. 135-154.Disponível em:
- GORENDER, Jacob (entrevista). “Jacob Gorender: o PCB, a FEB e o marxismo” In.: Teoria & Debate, São Paulo, no. 11, jul/ago/set; 1990.
- MAESTRI, Mário. Jacob Gorender. In: Secco, Lincoln & Pericás, Luiz Bernardo (orgs.) Intérpretes do Brasil: Clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo, 2014.
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