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Espécie de abelha brasileira é capaz de ocupar áreas degradadas compensando o declínio de outros polinizadores
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/63-meio-ambiente/4062-especie-de-abelha-brasileira-e-capaz-de-ocupar-areas-degradadas-compensando-o-declinio-de-outros-polinizadores-.html?lb=noFabricantes de pesticidas gastam milhões para ocultar desaparecimento de abelhas
http://portugalmundial.com/2015/11/fabricantes-de-pesticidas-gastam-milhoes-para-ocultar-desaparecimento-de-abelhas/#
Espécie de abelha brasileira é capaz de ocupar áreas degradadas compensando o declínio de outros polinizadores
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/63-meio-ambiente/4062-especie-de-abelha-brasileira-e-capaz-de-ocupar-areas-degradadas-compensando-o-declinio-de-outros-polinizadores-.html?lb=noAbelha arapuá também consegue se dispersar por longas distâncias
Imagem: Agência Fapesp
Trigona spinipes é uma espécie de abelha sem ferrão
nativa do Brasil. Ela é conhecida como irapuá ou arapuá, extremamente
agressiva e está presente em praticamente toda a América do Sul, o que
pode estar relacionado à capacidade de as abelhas reprodutoras dessa
espécie se dispersarem por longas distâncias e colonizarem habitats
degradados.
Os pesquisadores chegaram a tal constatação recentemente, por meio de um estudo realizado pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em parceria com a University of Texas, em Austin, EUA.
Dessa forma, essa espécie de abelha pode sobreviver em
ambientes fortemente alterados e atuar como um polinizador “de resgate”,
compensando o declínio de outros polinizadores nativos. As irapuás se
alimentam e polinizam flores de diversas espécies de plantas nativas,
além de culturas como cenoura, laranja, girassol, manga, morango,
abóbora, pimentão e café.
A fim de avaliar se a perda e a fragmentação de áreas de
floresta influenciam na dispersão e dinâmica da população dessa espécie
de abelha, os pesquisadores coletaram exemplares do inseto em fazendas
de café associadas a fragmentos de Mata Atlântica e em áreas urbanas da
cidade de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais.
Por meio de ferramentas de sequenciamento genético de
última geração, eles desenvolveram novos marcadores microssatélites –
pequenas regiões do DNA, que variam de um indivíduo para outro – e
utilizaram esses marcadores para genotipar as abelhas coletadas.
Com base em uma série de softwares disponíveis em um laboratório especializado em genética da paisagem na University of Texas,
os pesquisadores estimaram o grau de relacionamento genético entre
abelhas coletadas em ambientes com diferentes níveis de degradação.
Ao sobrepor os dados genéticos das abelhas coletadas em
mapas com alta resolução de relevo, tipo de uso da terra e cobertura
vegetal da região estudada, eles conseguiram avaliar a influência desses
fatores sobre o fluxo gênico (troca da informação genética) entre as
abelhas da região.O objetivo era avaliar se a cobertura florestal, o
tipo de uso da terra ou a elevação influenciavam na dispersão e
diferenciação genética das irapuás.
E os resultados mostraram que elas são capazes de se
dispersar por longas distâncias, uma vez que não foi encontrada
diferenciação genética entre as abelhas coletadas em uma faixa de 200
quilômetros – abelhas encontradas em São Paulo e Poços de Caldas
pertenciam a uma mesma população, o fluxo gênico delas também não foi
afetado pela cobertura florestal, o tipo de uso do solo ou a elevação, o
que indica sua capacidade de se dispersar tanto por áreas preservadas
quanto por áreas desmatadas.
“Essa espécie de abelha consegue manter um alto fluxo
gênico em diferentes tipos de ambientes. Por isso, pode ser considerada
um polinizador de resgate, ao compensar o declínio de outros
polinizadores nativos mais sensíveis ao desmatamento”, explicou o autor
do estudo.
Os pesquisadores encontraram evidências de uma expansão
populacional recente das irapuás, e é muito provável que o motivo dessa
dispersão seja, justamente, o desmatamento de áreas da Mata Atlântica
juntamente com o fato de elas serem boas colonizadoras de áreas
degradadas.
Um outro estudo recentemente publicado por outro grupo de
pesquisadores brasileiros no início de setembro, apoiado pela Fundação
de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), comparou redes de
interação entre abelhas e plantas em todo o Brasil. E os resultados da
pesquisa indicaram que as irapuás se dão melhor em ambientes degradados
do que preservados. Os motivos dessa capacidade de dispersão e
resistência ainda não são totalmente conhecidos.
Fonte: Agência FAPESPVeja também:
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