*comunicação social não tem nada a ver com estes tipos de programas.
http://cut.org.br/noticias/antes-de-zerar-morte-por-trafico-uruguai-proibiu-programas-policiais-4bae/
Incrédulo, o Brasil assistiu, ao vivo, um policial disparar quatro
tiros contra dois jovens que já estavam rendidos após longa perseguição
de moto. As imagens foram transmitidas, ao mesmo tempo, pelos programas
“Cidade Alerta” e “Brasil Urgente”, apresentados por Marcelo Rezende e
José Luis Datena, respectivamente.
Imediatamente, os dois apresentadores saíram em defesa do policial. “Se
ele atirou é porque o bandido estava armado. E ele fez muito bem”,
disse Rezende. “Não sei se os caras apontaram o revólver para o
policial, não vi. Provavelmente, sim”, afirmou Datena.
A postura de Datena e Rezende dá o tom dos programas, que são
reconhecidos por fazer apologia à violência policial, lançando mão do
discurso de que “bandido bom é bandido morto”. Ambos narram com
entusiasmo as perseguições e as ações da PM pelas periferias paulistas.
Em junho de 2012, quando o Uruguai sofria com o avanço de 70% no número
de homicídios, o presidente José Mujica anunciou um pacote de medidas
para conter a criminalidade no País. Estudos e pesquisas conduzidos pela
equipe do presidente concluíram que era preciso um conjunto de ações
que atacasse o tráfico de drogas.
O documento “Estratégia pela vida e convivência”,
que continha 15 medidas, foi anunciado e se tornou mundialmente
conhecido porque nele o Uruguai anunciava que passaria a gerir a
produção e distribuição de maconha no país. Dessa forma, o Estado
assumia o posto de fornecedor da maconha aos uruguaios, era um golpe
econômico nos narcotraficantes.
Na outra extremidade, preocupava a ação policial. Os superpoderes dos
agentes nas ruas precisavam ser combatidos, assim como a sensação de
impunidade. Por isso, entre as medidas tomadas pelo governo, estava a
proibição da exibição de programas policiais [similares ao “Cidade
Alerta” e “Brasil Urgente”] entre 6h e 22h. A alegação é que essas
“atrações televisivas” promovem atitudes ou condutas violentas e
discriminatórias.
Dois anos depois, em junho de 2014, o governo uruguaio anunciou que as
mortes ligadas ao tráfico de drogas foram zeradas no país.
Nesta quarta-feira (24), a PM anunciou que o policial responsável pelos
disparos nos jovens rendidos foi preso administrativamente. O
secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que o
policial cometeu uma "séria irregularidade"
http://www.prpb.mpf.mp.br/artigos/artigos-procuradores/nefastos-os-maleficios-dos-programas-policiais-sensacionalistas
Nenhum comentário:
Postar um comentário