sábado, 28 de novembro de 2015

Entrevista com Félix Guattari - Pulsões



Entrevista com Félix Guattari - Pulsões - Parte 1

https://www.youtube.com/watch?v=HkqmpcOHk1Y



Parte 2

https://www.youtube.com/watch?v=7TR36ZVq9ko





Parte 3

https://www.youtube.com/watch?v=kQIXew-2uzA




Publicado em 15 de abr de 2012
As pulsões - Parte 1 de 3
Entrevista com Félix Guattari

Esta entrevista foi concedida por Félix Guattari, a pedido de Suely Rolnik, especialmente para o Simpósio "A Pulsão e seus Conceitos", organizado por Arthur Hyppólito de Moura e promovido pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC--SP. A entrevista foi realizada por Rogério da Costa e Josaida Gondar, no apartamento de Guattari em Paris, em 12 de agosto de 1992, duas semanas antes de sua morte. A transcrição desta entrevista foi originalmente publicada em francês na revista Chimères, n. 20, Paris, outono de 1993, e em português no livro As pulsões , Arthur Hyppólito de Moura (org), São Paulo, Ed. Escuta, 1995.

Segue o link do PDF "Cadernos de subjetividade 2010" que contém a transcrição dessa entrevista atualizada e revisada:
http://www.4shared.com/document/HqxesNfP/Cadernos_de_Subjetividade_2010.html
  "Para mim, trata--se de uma relação com a existência, uma construção da existência. É uma ontologia construtivista: eu construo o meu mundo através de dimensões maquínicas, incorporais, de territorialização existencial, no seio de uma economia de fluxos. É isso a pulsão: é a pulsão de vida." (Guattari)

Félix Guattari foi psicanalista, filósofo e militante. Autor (com Deleuze) de "O Anti--Édipo", "Mil Platôs" e "Que é a filosofia?". Escreveu "As três ecologias", "Cartografias esquizoanalíticas" e "Caosmose: um novo paradigma estético", entre outros. Até o final da vida foi co--diretor da clínica de La Borde.

(...)É isto o que me leva a propor quatro functores ontológicos. Dois são da or-
dem da pulsão freudiana manifesta: os fluxos e as máquinas. As máquinas são
correspondem à parte representacional da pulsão em Freud – com a ressalva de
que para mim elas não são só representacionais, mas constituem também uma
maquínica específica. Os dois outros functores não são discursivos, não estão no
tempo nem no espaço e, portanto, não pertencem à energética nem à dinâmica:
são os universos incorporais e os territórios existenciais. É aí, na perspectiva da
composição desses quatro functores ontológicos, que encontramos a pulsão, que
encontramos um componente que nos leva a reencontrar, inclusive, os fantasmas
originários do freudismo, só que num substrato ontológico inteiramente diferente
e completamente separado desse ancoradouro biológico.
Retomemos, por exemplo, os quatro fantasmas originários freudianos, as
quatro matrizes pulsionais freudianas – os fantasmas do retorno ao seio ma-
terno, da sedução, da cena primária e da castração –, vejamos como os reposi-
ciono em minha perspectiva heterogenética. O fantasma da fusão com o seio
materno é, para mim, eu não diria o fantasma, mas, sim, o próprio movi­mento da caosmose: 
dissolução no mundo, num nível em que não há nem sujeito nem
objeto, e ao mesmo tempo, apropriação de uma dimensão existencial. Só que
não é uma dimensão existencial puramente negativa, absolutamente caótica,
ela é caósmica, no sentido em que se desenvolve numa certa textura ontológi-
ca. Quanto ao fantasma da sedução, é uma relação de fluxos, uma relação de
identificação, onde há um objeto que não é realmente um sujeito, é um obje-
to–sujeito, uma objetiidade. Mas uma objetidade que se repete a si mesmo, que
é tomado numa relação de espelho, numa relação de pura repetição. Se vocês
quiserem, a primeira imagem, a do fantasma originário de fusão com o seio ma-
terno, poderíamos representá–la por manchas que se juntariam umas às outras
de modo indistinto, enquanto que a relação de sedução seria a repetição de
uma barra, repetição de uma marca sem que se possa criar algo que escape deste caráter de fluxo. Se consideramos agora o fantasma da cena primitiva, eu diria que ele é uma máquina de representação que ocupa sempre o terceiro pólo, o terceiro termo, é uma instância de comunicação, de troca, que liga pólos heterogêneos. Por último, quanto ao fantasma de castração – aquele que eu mais recuso, junto com a triangulação edipiana – é algo que implica não somente a posicionalidade de três termos, mas uma autoposicionalidade de si em relação a si, isto é, a autopoiese, a posicionalidade de um território existencial. Encontraríamos, assim, grosso modo, os quatro fantasmas originários da psicanálise, tomados numa polaridade de meu esquema com quatro termos, entre os fluxos, os phylums maquínicos, os universos incorporais e os territórios existenciais.(...)


*trecho retirado da transcrição da entrevista.
- para baixar acessar:
Segue o link do PDF "Cadernos de subjetividade 2010" que contém a transcrição dessa entrevista atualizada e revisada: http://www.4shared.com/document/HqxesNfP/Cadernos_de_Subjetividade_2010.html

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