Educação contra o Fascismo
Carlos A. Lungarzo
A
palavra “fascismo” foi tantas vezes usada pela esquerda, que às vezes é difícil
reconhecer quando encontramos verdadeiros fascistas.
Quero
lembrar que Paulo Samuelson (um dos últimos economistas científicos,
substituídos depois pelos contabilistas do Chicago
think-tank), no começo de 1980, cunhou o termo “fascismo de mercado”, para
se referir a regimes autoritários, corporativistas, policiais, militaristas,
que, em vez de possui algum líder carismático (Führer, Duce, “Caudillo” ou
Ustacha), governam através de um staff de burocratas ao serviço de mercado.
É
curioso que, embora durante a ditadura cívico-militar apenas alguns ditadores
possam ser qualificados de fascistas (os únicos dos quais tenho conhecimento
são Medici e Costa e Silva), no Estado de São Paulo o fascismo é uma norma
desde tempos imemoriais.
Considerado
internacionalmente (junto com Buenos Aires), o maior reduto do Opus Dei no
mundo subdesenvolvido, região onde foi atuante o integralismo, com uma longa
tradição de racismo, regionalismo, com um judiciário célebre por suas
atrocidades, e uma das policias mais semelhantes a Gestapo, o governo de São
Paulo está passando dos métodos “sutis” aos mais diretos, para completar sua
meta mais preciosa: destruir a educação.
Uma
análise superficial poderia fazer pensar que o único motivo é poupar alguns
míseros milhões para que as famílias dos dignitários possam fazer mais compras
em Miami, mas não é só isso. Tomara fosse!
Apesar
da escassa inteligência dos comandantes do estado, é óbvio que há alguns
consultores que pensam, ou, pelo menos, sabem copiar. A educação é o único
método para emancipar o ser humano, e é a única revolução que pode dar certo, e
tem dado nos países onde o esforço por
educar o povo foi forte, como no Norte da Europa.
Então,
desmontar a capacidade do povo de pensar e obter informação é o objetivo mais importante.
Mas, os governantes são seres biológicos, e também têm seus gostos e paixões, e
não há que desprezá-los.
O
terceiro motivo para destruir o pouco que fica do sistema público de ensino
paulista é o ódio. Nesta truculenta gangue, já houve
prefeitos que fecharam as calçadas para que não fossem usadas pelos pobres.
Houve sempre e há, políticos de diverso rango comprometidos na carnificina de
moradores de rua, detentos indefesos, manifestantes, adolescentes pacíficos
como estes que ocupam às ruas.
A ocupação
das escolas do Estado de SP é um dos maiores fenômenos de desafio à ordem
fascista no Brasil. É um movimento claro, protagonizado por populares, espontâneo,
da auto-defesa, e, sobretudo corajoso. São jovens totalmente pacíficos, se
confrontando com assassinos profissionais armados até a medula.
Da educação
depende que, dentro de alguns séculos, se o planeta ainda tiver habitantes,
estes estejam regidos pelo terrorismo do Opus Dei, ou por pessoas que pensem.
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