domingo, 20 de setembro de 2015

TARSILA DO AMARAL
















































https://pt.wikipedia.org/wiki/Tarsila_do_Amaral

Tarsila do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista no Brasil, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.[1]

Biografia
Nascida em 1º de setembro de 1886, em Capivari, interior de São Paulo[1] , era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lídia Dias de Aguiar, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.
Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.
Tarsila era tia do geólogo Sérgio Estanislau do Amaral.

Estudos em São Paulo e Barcelona

Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur.[1]

Primeiro casamento e maternidade

Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto, seu noivo. Rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e, para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição, ela se separa, mas só conseguiu a anulação do casamento anos depois. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila se separou logo após o nascimento da filha e voltou a morar com os pais na fazenda, levando Dulce.

Início da carreira


Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em época posterior à Semana de Arte Moderna de 1922


Abaporu, uma de suas obras mais conhecidas e um ícone do Modernismo brasileiro. Óleo sobre tela, 1928 

  Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges.[1] Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco.
Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.

Fases Pau-Brasil e Antropofagia

Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York, conhecida como a Crise de 1929[1] , Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e decidiu se casar com a revolucionária Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Tarsila sofre demais com a separação e com a perda da fazenda, o que a leva a entregar-se ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.

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