domingo, 6 de setembro de 2015

Nós e os outros







Agir normalmente como se age privadamente em público, diziam ser algo de pessoa com boa saúde mental, hoje já não sei se isto é assim porque até a ideia de saúde mental mudou.(artigo de Rubem Alves aqui sobre saúde mental)

Faz um tempo presenciei uma senhora moradora de rua  lavando-se no ponto do ônibus em plena luz do dia, usava folhas de lista telefônica como se fosse bucha de banho e água barrenta que escorria de um prédio em construção. Visão triste por saber que ainda há muitas situações ultrajantes como esta que atingem milhões de pessoas no planeta. Se a tal senhora não tivesse nenhuma condição psicológica para poder refletir sobre aquilo, ou se ela ainda que tendo, se sentisse impelida a fazer tal coisa por pura necessidade vital... nem poderia fazer avaliação nenhuma sobre o que vi.

Num documentário que assisti na tv, falava-se de pesquisas feitas com golfinhos, colocaram um espelho daqueles em que o pesquisador pode enxergar do outro lado, e ficaram surpresos de como os golfinhos reconhecem seu reflexo no espelho e ainda praticam o acasalamento na frente do espelho e aproveitam pra se olharem neste momento, assim como  muitos humanos fazem.
Parece que pesquisas constataram que a  maioria dos  animais não conseguem se identificar com seus reflexos,  pensam tratar-se de outro indivíduo.

A ciência sempre necessitou  de muitas pesquisas para comprovar suas teses. E se só os macacos (ou primatas em geral), os elefantes, os golfinhos e os seres humanos possuem  a capacidade de se auto identificarem  com seus reflexos no espelho, demoraremos muito a podermos nos certificar disto. As crianças só por volta dos 2 anos de idade passam a se reconhecer, antes disto pensam tratar-se de outro bebê.

O que quero dizer, é que sentir-se bem em público, ou em frente a uma câmera ou uma web cam, ou olhar-se no espelho...conseguir se expressar para seja lá qual público for, ou ainda conseguir filmar animais, ou pessoas, sejam elas urbanas, rurais ou aborígenes e fazendo isto conseguir se colocar no lugar de tais pessoas e mais importante, se sentir unido aos filmados e saber que ninguém deve ser visto ou retratado como um mico de circo, assim como muitos tem feito com seus próprios filhos os expondo em vídeos na internet.

Não se trata de timidez ou de demasiado recato, trata-se de respeito a individualidade, privacidade e direito dos outros e da gente mesmo. Se uma criança não tem amadurecimento nem para se identicar na frente de um espelho, ou se você nem consegue se encarar no espelho, o que de bom se poderia fazer com uma câmera nas mãos?

Nadia Gal Stabile - 06 09 2015









http://www.mdig.com.br/?itemid=28570
  
http://novosinsolitos.blogspot.com.br/2011/01/golfinhos-vaidosos-golfinhos-sao-dos.html


http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1332123-5603,00-ELEFANTE+CONSEGUE+SE+RECONHECER+NO+ESPELHO+AFIRMA+PESQUISA.html

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