segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Losurdo: produção das emoções é novo estágio do controle da classe dominante

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Losurdo: produção das emoções é novo estágio do controle da classe dominante




Para o filósofo marxista italiano, com a televisão e as novas mídias, a burguesia não tem somente o monopólio das ideias


Para o filósofo marxista italiano Domenico Losurdo, o avanço tecnológico permitiu à classe dominante alcançar um novo estágio na dominação cultural. Se, no passado, ela já detinha o monopólio da profusão e difusão das ideias, hoje ela também consegue fazer o mesmo com as emoções.
Na segunda parte da entrevista de Losurdo a Opera Mundi, ele descreve as noções modernas das lutas de classe, dos limites das manifestações populares e da relação entre o comunismo e as lutas anticoloniais, em especial a do movimento negro nos EUA.

 

Leia aqui a primeira parte da entrevista.

Opera Mundi: No final de “Democracia ou Bonapartismo”, o senhor afirma que vivemos uma fase de “desemancipação. A tal ponto em que a chamada ‘Revolta de Los Angeles’, de 1992 foi um caso de racismo institucional que mostra que os negros só podem protestar recorrendo a uma espécie de ‘jacquerie’ urbana, de revolta enraivecida e destrutiva, que, no entanto, em nada modifica o status quo existente”. Num contexto de crise econômica e política na Europa, de ocaso da chamada Primavera Árabe, de guerra civil na Síria: qual o sentido que deveriam tomar as mobilizações populares para, de fato, modificar o estado de coisas existente no capitalismo do século XXI?


Domenico Losurdo: Em “Democracia ou Bonapartismo”, quando falo de desemancipação faço referência ao Ocidente. Vejamos como exemplo o já falado desmantelamento do Estado de bem-estar social. Nessa situação, e no seio do contexto do “monopartidarismo competitivo”, as classes populares não tem mais representação política no Parlamento, estão excluídas. Não sou eu que digo isso: há pesquisadores dos EUA que se referem a seu país como uma plutocracia, ou seja, o poder emanado da riqueza. Nesse contexto, as classes populares não têm possibilidade de serem representadas no Parlamento.

Portanto, o que ocorreu em Londres em 2011 e em outras cidades recentemente, esses grandes protestos populares, já foi cantado o que aconteceria depois. Na época da Revolução Francesa, houve primeiro a explosão de cólera, com queimas de propriedades de aristocratas, mas em seguida a situação sempre se voltava para o restabelecimento do poder da aristocracia. E hoje vemos exatamente a mesma coisa. Como foram os casos de Los Angeles em 1992 e mais recentemente em Londres e até Paris. Estou totalmente de acordo.(...)


*leia texto integral em :

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/31615/losurdo+producao+das+emocoes+e+novo+estagio+do+controle+da+classe+dominante.shtml

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