"A MULHER PESCADORA ARTESANAL DO NORDESTE DO BRASIL" -
Lígia Albuquerque de Melo
*via Wilson L. Silva
"das idiossincrasias do estado"
por Carlos EGesiani
A PESCA ARTESANAL DO BRASIL NÃO CABE NO "MAPA"!!!
Companheiros e Parceiros,
Estamos diante de um grande dilema na história dos pescadores artesanais do Brasil com a extinção do Ministério da Pesca e provável ida da pesca artesanal para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA.
Uma atividade como a nossa com a dimensão cultural, histórica, territorial, econômica e social não caberá em um espaço onde se pensa apenas em agronegócio, capitalismo, exploração dos recursos naturais e concentração de terras a qualquer custo mesmo que isso signifique a destruição dos territórios e das comunidades tradicionais no Brasil.
Em nossa breve história de luta em defesa dos direitos dos extrativistas costeiros e marinhos nunca tínhamos presenciado tantas ameaças e perdas quanto nos últimos 09 meses. Direitos esses que lutamos por décadas para conquistar e que entendiamos estarem consolidados.
As mulheres pescadoras artesanais estão sendo reduzidas a apoiadoras de pesca, os homens a pescadores artesanais subsidiários e por que?
Ninguém nos responde e tentam nos convencer justificando que o que está sendo feito é para evitar o pior que se avizinha no horizonte, para nós pescadores o horizonte sempre sinalizou mudanças ruins ou boas e aprendemos a lidar com elas conhecendo, interagindo com a natureza, lendo seus sinais, mas nesse caso, cada dia é uma surpresa pior que a outra e os que falam em horizonte não tem clareza do que ele sinaliza.
Como militantes e lutadores que somos não podemos aceitar isso, temos que conjuntamente a manifestar a nossa repulsa pela forma que estão definindo o destino dos pescadores artesanais simplesmente para satisfazer aos interesses dos que sempre nos exploraram.
Em nome da CONFREM BRASIL escrevi esse e-mail as pressas pois amanhã inicia o final de semana e na segunda teremos a definição de para onde nós vamos de fato, se for MAPA, vamos lutar para não sair do mapa, ou para o MDA como solicitamos conjuntamente com o MPP, reiniciaremos a nossa luta pelo menos dessa vez ao lado dos companheiros que lutam pela reforma agrária do nosso pais.
VAMOS NOS MANIFESTAR E DEIXAR CLARO NÃO QUEREMOS IR PARA O MAPA!!!
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A MULHER PESCADORA ARTESANAL DO NORDESTE DO BRASIL -
Lígia Albuquerque de Melo
A MULHER PESCADORA A RTESANAL DO NORDESTE DO BRASIL : RELAÇÃO COM O AMBIEN TE NATURAL PESQUEIRO 1 * Lígia Albuquerque de Melo 2
Resumo : Os ambientes litorâneos e estuarinos, com dinâmicas sociais e ecológicas próprias constituem ambientes de vida e de trabalho das comunidades tradicionais que habitam nessas localidades e retiram da natureza o sustento. Elas dependem dos recursos naturais disponíveis, sendo o extrativismo pesqueiro o principal meio encontrado por essa população para a obtenção da renda necessária a sobrevivência. Nesse sentido, homens e mulheres que se dedicam a pesca artesanal, mantém uma relação próxima com os recursos naturais da fauna e da flora presentes no ambiente pesqueiro. Eles conhecem a arte de pescar, distinguem as espécies naturais ex istentes na água e na terra, os fenômenos da natureza que interferem na pesca, como o movimento dos ventos, das marés e as fases da lua. O conhecimento sobre a atividade é repassado de geração para geração no processo de socialização através do qual os ind ivíduos aprendem o modo de vida da sociedade em que vivem. Nesse processo, a família aparece como o principal protagonista dos ensinamentos, e a mulher pela incumbência recebida, via influência da sociedade patriarcal, de cuidar do espaço privado, que incl ui todos os afazeres relacionados a casa e a família, assume a tarefa de repassar para os membros da família padrões de comportamento, crenças e valores. A mulher pescadora ensina e recebe repassa ensinamentos , dentre outros, sobre a divisão do trabalho a partir do sexo das pessoas, segundo os princípios socialmente estabelecidos. Com base nessa concepção, cabe ao homem o trabalho de pescar, de lidar diretamente com os recursos naturais, enquanto a mulher o trabalho da reprodução, que se dá no âmbito do pri vado. Evidentemente que esta situação não se manteve congelada ao longo do tempo, pois é cada vez mais crescente a inserção da mulher no trabalho da pesca artesanal participando de várias atividades relacionadas ao setor. O estudo em questão teve como obje tivo principal avaliar a relação da mulher pescadora artesanal com os recursos naturais desse ambiente, reconhecido como masculino. Para realizar a pesquisa foi utilizado o procedimento metodológico do tipo entrevistas semi estruturada com mulheres pescado ras artesanais do litoral norte de Pernambuco e litoral sul da Paraíba. Além disso, recorreu - se a análise documental e bibliografia sobre a temática. O estudo apontou que a mulher é mais preocupada do que o homem com a conservação e a preservação dos recu rsos na turais quando utiliza instrumentos de coleta que não compro metem a existência das espécies e se preocupam com o rodízio das áreas de coleta para preservar esses recursos naturais. Tais atitudes femininas têm como suporte “o lugar” de protetora, de c uidadora estabelecido pelos princípios patriarcais. Além disso, a mulher procura manter - se no trabalho da pesca artesanal zelando esse ambiente, participando do espaço público culturalmente ocupado pelo homem.
Palavras - chave : Ambiente Pesqueiro. Mulher Pescadora. Nordeste. Recursos Naturais (...)
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