Cultura é regra, arte é exceção.
Jean-Luc Godard
O cinema de Godard, a indústria cultural e a crítica da subjetividade capitalista
Autor: Rodrigo Rizzaro Ribeiro
Tipo de produção: Produção científica
Classificação: Dissertação/Tese Data: 23/03/2015
Resumo
Esse trabalho visa compreender a presença de temas próximos à corrente teórica da Escola de Frankfurt na obra do cineasta Jean Luc Godard, em especial nos filmes Acossado, O Desprezo, A Chinesa e Film Socialisme, que são analisados nesta dissertação, cada um com um capítulo próprio. Os temas da indústria cultural, das relações do homem com sua subjetividade em confronto à subjetividade capitalista e ainda, do avanço do esclarecimento cientifico em direção à arte e outras formas de expressar uma visão crítica ao modelo vigente, são os principais aspectos da comparação Escola de Frankfurt/Godard. A alegoria da odisseia é o fio condutor desta comparação, bem como a questão do tempo histórico. Theodor Adorno, autor que mereceu um destaque especial, comparece com as obras Teoria Estética, Dialética do Esclarecimento, Dialética Negativa e Mínima Moralia. Walter Benjamin está presente com as obras Livro das Passagens, A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica e Magia, Técnica, Arte e Política.
Palavras-chave: Produtos Midiáticos. Indústria Cultural. Subjetividade. Godard. Escola de Frankfurt.
http://casperlibero.edu.br/o-cinema-de-godard-industria-cultural-e-critica-da-subjetividade-capitalista/
Jean-Luc Godard (Paris, 3 de Dezembro de 1930) é um cineasta franco-suíço reconhecido por um cinema vanguardista e polêmico, que tomou como temas e assumiu como forma, de maneira ágil, original e quase sempre provocadora, os dilemas e perplexidades do século XX. Além disso, é também um dos principais nomes da "Nouvelle Vague".[1] Godard foi um militante anarquista de centrismo.[2](...)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Luc_Godard
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filmografia_de_Jean-Luc_Godard
Em 'Adeus à Linguagem', Godard subverte formato da moda em Hollywood
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/07/1661173-em-adeus-a-linguagem-godard-subverte-formato-da-moda-em-hollywood.shtml
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"Há um homem, uma mulher e um cachorro. E você terá de ficar nua. É só o
que precisa saber", disse o velho cineasta à atriz Héloïse Godet,
segundo o relato dela.
Munida de apenas um roteiro de duas páginas –uma delas contendo somente uma imagem abstrata– a atriz embarcou em "Adeus à Linguagem", primeiro longa em 3D de Jean-Luc Godard, um dos expoentes da nouvelle vague ainda vivos e ativos.
Em 70 minutos, o cineasta de 84 anos (que já tinha mais de 80 quando começou as filmagens) se esbalda no recurso numa obra que foge à narrativa linear –é um ensaio visual. Com um focinho tridimensional, um cão corre pelo mato, irrompe uma torrente de provocações filosóficas ("a realidade é o refúgio dos que não têm imaginação") e os espectadores quase envesgam com sobreposições de imagens de um casal.
Divulgação | ||
Heloïse Godet em cena de 'Adeus à Linguagem', de Jean-Luc Godard |
O experimentalismo é uma marca de Godard. Desde o primeiro longa, "Acossado" (1960), ele pautou sua carreira pela subversão das convenções. Em "Filme Socialismo" (2010) já incluía cenas gravadas com câmera de celular.
Em "Adeus à Linguagem" (2014), que estreia nesta quinta (30) no Brasil, a convenção a ser subvertida é o 3D.
"Ele dizia que queria provar que esse recurso é inútil, que não faz sentido nenhum", diz a atriz Héloïse Godet à Folha.
Nada estranho para um cineasta que, embora tributário de diretores dos anos de ouro do cinema americano, dá as costas à Hollywood contemporânea, onde reina o 3D.
No lugar do esquivo Godard, é Godet quem tem dado entrevistas e comparecido a festivais –em Cannes, por exemplo, onde o diretor ausente ganhou o prêmio do júri, em 2014. "Não é que Godard despreze tudo isso, é que sempre que termina um trabalho ele já se concentra no próximo", afirma a atriz.
A fama de explosivo fez Héloïse, 34 anos e apenas pequenas participações prévias no cinema e na televisão, esperar "pelo pior" no set. Após ser selecionada pelo diretor por meio de um site de agenciamento de artistas, teve de ser entrevistada, em vídeo, por uma de suas assistentes. Só depois, no primeiro encontro com Godard, é que recebeu o roteiro de duas páginas.
"Ele odeia ser tratado como uma lenda: é muito quieto, mas tenta quebrar o gelo, faz piada", diz a atriz. "Só que o set é silencioso: ninguém conversa mais alto que Godard –ainda mais num filme em que ele queria que chegássemos ao nível zero da linguagem."
No longa, Héloïse interpreta Josette, par de Gédéon (Kamel Abdeli). O casal está em crise e é observado por um expressivo cão (Roxy, xodó do próprio cineasta). Por vezes, a câmera simula o mundo que esse bicho vê: cores saturadas e imagens torturadas, "a noção abstrata do que é a vida capturada pelos olhos do cachorro", explica a atriz.
Há um segundo casal no filme. Mas, numa das passagens mais controversas, uma cena de sexo explícito, é impossível identificar os amantes —os corpos são exibidos as cabeças, não.
O plano gira, fica de cabeça para baixo, pululam cenas da natureza e o diretor insere, em intervalos curtos, mais aforismos: do pensador francês crítico à tecnologia Jacques Ellul –que dialoga com a profusão de iPhones e menções ao Google– a citações literárias de Sartre e Faulkner.
Héloïse conta que tentou dar conta da abundância de referências. "Mas Godard não queria que interpretássemos aquilo, queria que sentíssemos as palavras. Estávamos enjaulados na gaiola dele."
Com o diretor, Héloïse diz ter pouco contato ("ele não é do tipo que responde rápido a uma mensagem de texto"), a despeito da experiência intensa nas filmagens. "Guardei o cheiro de cigarro do set, aquela grande nuvem de fumaça."
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