segunda-feira, 9 de novembro de 2015

SUPER - HUMANOS - POR ROSA ALEGRIA

 *via Claudio Estevam Próspero


http://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/super_humanos


Super-humanos 
 
 





As máquinas já não são somente extensões dos nossos corpos mas também extensões de nossas mentes. Nossa inteligência pode estar sendo superada

A simbiose é um conceito da Biologia que explica a relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes.
Na relação simbiótica, os organismos agem ativamente em conjunto, para proveito mútuo, o que pode resultar em especializações funcionais de cada espécie envolvida.

Com a revolução da convergência tecnológica integrando bits (informática), átomos (materiais), neurônios e células (biologia), a capacidade humana tem se prolongado a cada dia. Alguns já tinham visto o que iria acontecer.
Há mais de 50 anos, o  canadense Mc Luhan, o profeta da Internet, já falava sobre os meios de comunicação como extensão do homem.

Há duas décadas,  o americano Nicholas Negroponte, guru tecnológico do MIT, profetizou a revolução dos bits que se integram rapidamente aos átomos e criam uma superestrutura de informação.

No fim dos anos 90 o  francês Alan Rosnay, lançou o  livro O Homem Simbiótico, para quem a revolução trazida pelos bits de informação que circulam nas redes é parecida com a revolução da circulação de moedas que aconteceu quando se criaram os mercados.

Biologia, mecânica e eletrônica tudo num só corpo integrado e polivalente. Tecnologia literalmente à flor da pele, como já é função da pulseira Cicrat, invenção francesa que permite teclar um numero de telefone acoplado sob a pele do braço, como se braço e celular fossem uma coisa só.

Computadores processando diagnósticos de alta precisão na medicina, trazendo respostas instantâneas a dúvidas que antes levávamos dias para conseguir, oferecendo câmeras de video, fotografia, rádio, tv, jornais, escolas, revistas, fax, livros, enciclopédias, telefone e muito mais maquinários num só aparelho móvel que cabe na palma da mão.

Já não somos os mesmos. Essa simbiose muda como trabalhamos, aprendemos, nos relacionamos, nos informamos, comercializamos e consumimos. 
Estamos nos tornando super-humanos? Seremos os ciborgues das  ficções científicas? Ou nosso potencial está na berlinda? As máquinas já não são somente extensões dos nossos corpos mas também extensões de nossas mentes. Nossa inteligência pode estar sendo superada.

Em 1997  um cérebro eletrônico vence o cérebro humano pela primeira vez. O campeão de xadrez Gasparov perde para o computador Deep Blue da IBM. Catorze anos depois, em 2011, a IBM lança o Watson que vence dois campeões até então imbativeis no programa Jeopardy, concurso de televisão nos Estados Unidos.  

O último relatório “O Estado do Futuro” editado anualmente pela rede de futuristas do Projeto Millennium traz uma projeção:  quando toda a humanidade estiver conectada com a Internet das Coisas e quando os  Estados Unidos  Europa e China se aliarem nos investimentos tecnológicos e  integrarem os super- avanços com os projetos de inteligência artificial do Google e da IBM, seremos todos gênios.  

Essa é a visão mais otimista. Mas existem os que se assustam com esse futuro homem-máquina que se revela em sua plenitude com a revolução da Inteligência Artificial. 

Robôs já substituem humanos em algumas profissões. Recepcionistas, camareiros,  pizzaiolos, babás, ascensoristas, motoristas, entregadores, faxineiros, telefonistas são funções que robôs podem desempenhar com mais produtividade e melhor relação custo-benefício.

Poderão até ser famosos dotados de carisma como o andróide feminino japonês listado como estrela principal do Sayonara, longa-metragem que está estreando agora em novembro  no Japão.
Será o fim do emprego?

No futuro, máquinas inteligentes  poderão  decodificar sua própria sequência e efetuarem mudanças em si mesmas. Isso sem o controle humano.
Será o fim da humanidade?

A mente brilhante de Stephen Hawking, o maior cientista vivo, diz que sim.
Em artigo que escreveu para o jornal britânico The Independent ele revela seu medo:  “O sucesso em criar inteligência artificial seria o maior evento na história da humanidade. Infelizmente, também pode ser o último, a menos que aprendamos a evitar seus riscos”.  Ele não é o único gênio com medo. Bill Gates e Elon Musk, ícones da inovação, também se assustam com essa possibilidade.

Simbióticos ou não, precisamos pensar em que rumo tomar para  enfrentar  os desafios  mais urgentes que aumentam a cada dia.  O relatório Estado do Futuro do Projeto Millennium indica que cresce a desigualdade, a violência e a destruição ambiental.

O desemprego estrutural é um outro desafio.  No recém-iniciado estudo Trabalho/Tecnologia 2050, o Projeto Millennium  projeta desemprego estrutural de 50% para até 2050 se as máquinas ocuparem as funções dos humanos, como já está acontecendo.
Espero que antes que nos tornemos “super-humanos”,  possamos ter tempo  de ser um pouco “mais humanos” e mais felizes.

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