De origem biológica, o termo passou a ser usado em outras áreas por Steven Rose na neurobiologia, por Niklas Luhmann na sociologia, e por Gilles Deleuze e Antonio Negri na filosofia.
Índice
[esconder][editar] Origem
Foi empregada inicialmente para designar os elementos característicos de um sistema vivo e sua estrutura. As pesquisas sobre tal objeto de estudo apontaram uma definição de vida como sendo a autonomia e a constância de uma determinada organização, ou das relações em um dado sistema entre os elementos constitutivos desse mesmo sistema, organização essa que é auto-referencial no sentido de que a sua ordem interna é gerada a partir da interação dos seus próprios elementos e auto-reprodutiva no sentido de que tais elementos são produzidos a partir dessa mesma rede de interação circular e recursiva.[editar] Luhmann
Essa construção conceitual foi rapidamente difundida e começou a ser empregada em outras áreas do conhecimento até ser introduzida na seara das ciências sociais. O responsável pela colocação da autopoiese no meio social foi Luhmann, foi ele que na década de 80 transformou a teoria autopoiética em um método de observação social. Note-se que o postulado luhmanniano pode ser dividido em duas fases: uma estritamente sistêmica e outra com a aplicação da autopoiese sobre os marcos já existentes na teoria dos sistemas.[editar] Aplicação
Tanto a criação da teoria autopoiética como a sua aplicação aos sistemas sociais representou uma revolução epistemológica. Essa proposta de mutação no foco epistemológico propiciou uma melhor observação do meio e suas características. Anteriormente, o processo de observação científica de um dado objeto pressupunha a análise estrutural de todos os seus elementos constitutivos isoladamente. Conhecer algo significava poder determinar quais são as partes que determinam o todo desse objeto. Não se avaliava as relações entre os elementos mas apenas sua condição/colocação no todo.A proposta da teoria autopoiética, diferentemente da postura analítica, parte da observação de determinado objeto pela interação de seus elementos, possibilitando, assim, a construção de um arcabouço científico embasado nas relações entre os elementos e as funções exercidas no todo comunicativo dos sistemas. A autopoiese vem sendo utilizada como marco teórico dos Direitos Fundamentais.
[editar] Ver também
- Fritjof Capra
- Francisco Varela
- Humberto Maturana
- Lynn Margulis
- Pensamento sistêmico
- Teoria dos sistemas
[editar] Leituras recomendadas
- MATURANA R., Humberto; VARELA, Francisco J.. Autopoiesi e cognizione: la realizzazione del vivente. 3. ed. Venezia: Marsilio Editori, 1992 205 p ISBN 8831747789 (enc.)
- MATURANA R., Humberto; VARELA, Francisco J.. Autopoiesis and cognition : the realization of the living. Dordrecht: D. Reidel Publishing Company, c1980. 141p. v.8) ISBN 9027710155 (enc.)
- MATURANA R., Humberto; VARELA GARCIA, Francisco J; ACUÑA LLORENS, Juan. De maquinas e seres vivos: autopoiese: a organização do vivo. 3.ed. Porto Alegre: Artes Medicas: 1997. 138 p ISBN 8573073020 (broch.)
- MATURANA R., Humberto; MAGRO, Cristina; GRACIANO, Miriam; VAZ, Nelson.
- TRINDADE, André. Para entender Luhmann e o Direito como sistema autopoiético. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.
- TRINDADE, André. Os direitos fundamentais em uma perspectiva autopoiética. Porto Alegre: Livraria dos Advogados. 2007
puxa, parece bacana. se eu conseguisse entender, certamente ia gostar muito.
ResponderExcluirabraço,
Regina