No melhor filme brasileiro de todos os tempos, Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, uma sequência inesquecível é a do acerto de contas entre o poeta Paulo Martins (Jardel Filho) e o político direitista Porfirio Diaz (Paulo Autran), após o primeiro haver produzido um programa de TV sobre a trajetória oportunista e entreguista do segundo.
Diaz recrimina Martins por haver traído a antiga amizade em nome da "baixa linguagem dos interesses políticos".
Martins joga-lhe na cara o sangue que a direita derramou, dos estudantes, dos operários, dos camponeses. E lança a frase antológica:
Se os jurados fossem verdadeiros carnavalescos, dariam zero em todos os quesitos, rebaixando a escola que consumou a traição suprema às tradições populares.
Como não o fizeram, fica estabelecido que os sambas-enredos, doravante, não serão mais tarefa de verdadeiros compositores, mas sim de mercenários a soldo dos departamentos de criação das agências de publicidade.
Vocês venderam tudo.
Martins joga-lhe na cara o sangue que a direita derramou, dos estudantes, dos operários, dos camponeses. E lança a frase antológica:
"As nossas carnes, as vidas, tudo, vocês venderam tudo, as nossas esperanças, o nosso coração, o nosso amor, tudo! Vocês venderam tudo!"Foi o que me ocorreu ao ler que a escola campeã do carnaval paulista, a Rosas de Ouro, desfilou sem samba-enredo. O que se viu e ouviu no sambódromo foi uma peça promocional dos chocolates Cacau Show.
Se os jurados fossem verdadeiros carnavalescos, dariam zero em todos os quesitos, rebaixando a escola que consumou a traição suprema às tradições populares.
Como não o fizeram, fica estabelecido que os sambas-enredos, doravante, não serão mais tarefa de verdadeiros compositores, mas sim de mercenários a soldo dos departamentos de criação das agências de publicidade.
Vocês venderam tudo.
CELSO LUNGARETTI, VC É MESMO MEU HERÓI...EMOCIONADA DEMAIS COM SEU ARTIGO...VC...
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