PELO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO - LARGO SÃO FRANCISCO E PUC SP
Jurista Fábio Konder Comparato é aplaudido em ato pela democracia em SP
O salão nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco lotou nesta quinta-feira à noite em ato de juristas pela legalidade e pela democracia.
Sob as palavras de ordem “não vai ter golpe”, o professor, advogado,
escritor e jurista Fábio Konder Comparato foi muito aplaudido depois uma
longa explanação sobre a importância da democracia com muitas críticas
ao impeachment de Dilma Rousseff e aos meios de comunicação.”A rejeição
da política é um fato novo” disse ele. “A falta de líderes e a rebelião
geral é muito grave. O povo está procurando um bode expiatório e um
herói”, afirmou. E completou sob mais aplausos: “A democracia não é só
ter eleições, que é o que nos dizem desde que caiu o regime empresarial –
militar. Não se esqueçam: empresarial – militar!”. Em tempo: Fábio Konder Comparato fez parte do grupo que redigiu o
pedido de impeachment de Fernando Collor de Mello, com aval da OAB –
Ordem dos Advogados do Brasil – e ABI – Associação Brasileira de
Imprensa.
O
jurista Fábio Konder Comparato discursou, durante o Ato pela Legalidade
Democrática, que reuniu pessoas a favor do governo no Teatro da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Tuca), na noite de
quarta-feira (16), comparando a situação atual ao que precedeu a
ditadura militar no país. “Estamos sofrendo uma doença muito grave,
semelhante àquela que acometeu o país em 1964. Diante de uma doença, é
preciso superar a análise dos sintomas e verificar as causas”. Segundo
Comparato, existem duas causas imediatas para a crise atual. A primeira
seria econômica. “A situação econômica do Brasil é periclitante e não é
por causa do governo brasileiro e sim por um reflexo da crise mundial”,
avaliou. De acordo com o jurista, a segunda maior economia do mundo, a
China, no ano passado teve o menor crescimento dos últimos 25 anos.
O então presidente João Goulart no comício da Central. Duas semanas depois, o golpe aconteceriaOutra
questão que abrange a economia seria a transformação do capitalismo
industrial em capitalismo financeiro. “Nós todos sabemos que um banco
não produz riqueza alguma. No máximo ele pode ajudar a produzir riqueza,
mas não é o que está acontecendo agora. Os bancos ganham rios de
dinheiro com especulações financeiras”, disse Comparato. A segunda
causa imediata é política, disse o jurista. “É preciso entender que em
um país que teve quase quatro séculos de escravidão legal, o desprezo
pelos pobres, sobretudo pelos pobres negros, dificilmente acabará”,
disse ao avaliar que Lula, que veio da classe proletária e assumiu a
chefia do Estado, sofre preconceito de parte da população.
trasnmissão
ao vivo de hoje (17), às 19 horas, no Salão Nobre da Faculdade de
Direito da USP, no Largo São Francisco, os estudantes preparam ato que
reunirá juristas pela legalidade e pela democracia.
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