terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Carlos Drummond de Andrade

MÃOS DADAS


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
janela,
não distribuirei entorpecentes ou carta de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.

3 comentários:

  1. RSRS...MINHA PREDILETA, E VC TEM RAZÃO...MAS DE VEZ EM QUANDO SAIO DA CIRANDA E FUJO PARA MINHA ILHA ENCANTADA...SOBRETUDO DEPOIS DE ENFRENTAR SALA LOTADA DE OLHARES ADULTOS E ESPERANÇOSOS EM PRIMEIRO DIA DE CURSO...E ME APLAUDIREM...DAÍ PRECISO DE PRÍNCIPES ENCANTADOS...RSRS...ABRAÇOS AMIGO...PRECISAMOS CONVERSAR SOBRE UMA POÇÃO MÁGICA CHAMADA ARÉDIA...FEZ O IMPOSSÍVEL EM MIM...CARINHO...

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  2. Glória
    A empatia por mãos dadas de Drummond é um reflexo de impotência perante o real, a dialética.
    Precisamos conversar sobre este medicamento.rs.
    Abraços
    Walder

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  3. informaçao de primeira mao: antes, muito antes de El Khaida, esse mineiro sorumbatico e disfarçado ja planejava explodir a ilha de Manhattan. se duvidar, veja "Elegia 1938". você vê que o desejo é antigo - so nao é politicamente correto.
    abr
    r

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