Gomes, Flávio
Palavras- chave:
Saúde dos escravos
Escravidão
História das doenças
História da saúde
Brasil
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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16601
Escravidao_doencas_e_praticas_de_cura_completo.pdf
Apresentação
No Brasil, os estudos sobre doenças e saúde da população escravizada começaram a despontar a partir dos anos 2000. Alguns dialogaram diretamente com a historiografia da escravidão1, outros se inseriram no debate acerca da história da saúde2. Embora não seja possível identificar uma agenda em comum, várias investigações mais recentes têm indicado a importância de mais pesquisas sobre doenças e saúde das populações coloniais e pós-coloniais, especialmente nas sociedades escravistas, sendo fundamental verificar elementos que compuseram o quadro nosológico dos escravos, indicando doenças, curas, condições de vida e morte. São possíveis análises que considerem as conexões entre as historiografias da saúde e aquelas da escravidão, contribuindo para a consolidação de um novo campo de estudo. Uma questão a ser aprofundada diz respeito às condições de vida dos africanos e crioulos através da investigação das doenças que os atingiam. Algumas dificuldades relacionadas à nomenclatura e ao significado de certas enfermidades ainda tornam o estabelecimento de uma classificação bastante complexo. Uma doença que hoje tem uma causa específica conhecida era identificada por nomes diferentes no passado ou, ao contrário, diversas moléstias causadas por diferentes agentes eram identificadas como uma mesma enfermidade, devido às similaridades dos sintomas. Apesar disso, estudos têm avançado no sentido de relacionar questões mais gerais sobre o cotidiano enfrentado pelos escravizados e alforriados, como má alimentação, falta de assistência e trabalhos excessivos, considerando contextos específicos referentes à área urbana ou rural, às flutuações do tráfico, aos costumes e crenças, à organização das famílias e comunidades, às relações sociais e à legislação3. (...)
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