14/01/2010 21:32
Folha Online
A maior preocupação entre os que participam dos projetos legados por Zilda Arns não é com a Pastoral da Criança, e sim com a Pastoral da Pessoa Idosa, da qual a médica era a coordenadora nacional.
Fundada oficialmente em novembro de 2004, a pastoral atende 165 mil idosos em 700 municípios brasileiros --números ainda bem menores do que os da Pastoral da Criança, que tem o prestígio de 26 anos de atuação e atende 1,9 milhão de crianças em 21 países.
"Estamos ainda atordoados", diz a secretária-executiva da Pastoral da Pessoa Idosa, irmã Terezinha Tortelli, que balança a cabeça com preocupação quando questionada sobre o futuro da instituição sem Zilda.
Diferentemente da Pastoral da Criança, cuja coordenação nacional foi assumida pela irmã Vera Lúcia Altoé há dois anos em substituição a Zilda, na Pastoral da Pessoa Idosa esse trabalho cabia exclusivamente à médica, que estava à frente da instituição desde sua fundação. Seu nome havia sido indicado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Agora, a definição sobre o sucessor de Zilda, afirma Terezinha, vai depender da convocação de uma assembleia geral extraordinária, que reúne todos os 26 coordenadores estaduais da instituição. Segundo ela, não há nenhum nome óbvio para assumir o trabalho.
"Ela [Zilda] já tinha uma experiência de mais de 20 anos em pastoral, já tinha conquistado espaço no governo, ministérios, para fazer parcerias", afirma a irmã Terezinha.
Há indefinição ainda quanto à sucessão na Pastoral Internacional da Criança, cuja coordenação também era feita por Zilda. Segundo a assessora Vanderlúcia da Silva, um dos braços direitos da médica na instituição, a definição do próximo coordenador caberá ao conselho diretor da Pastoral Internacional, formado por dom Geraldo Majella Agnelo, pelo bispo uruguaio Luis del Castillo, pela também uruguaia Maria Laura Bulanti e pelo economista paranaense Maurílio Schmitt.
Já na Pastoral da Criança, em que Zilda Arns ultimamente não ocupava nenhum cargo diretivo, as respostas de que o trabalho continua são categóricas. "Nós perdemos uma pessoa muito carismática, mas construímos uma casa sob a rocha. Nada poderá nos abalar", diz a irmã Vera Lúcia Altoé.
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