No início da humanidade, o conhecimento se limitava à observação comum e ocasional da realidade, simples apreensão de fatos e fenômenos. No dizer de Morin (1979), o conhecer era primariamente computar. O proceder e o saber, acumulados pelos homens desde seus ancestrais, se constituíram em uma cultura característica a cada grupo humano com suas normas, crenças e mitos.
A consciência do tempo aparece com a morte e, ante este fenômeno, irrompe o imaginário na sua explicação, surgindo mitos como interpretações e visões de mundo. A catástrofe irremediável da morte desperta a consciência da morte, e sua não aceitação é solucionada no mito e na magia que, com o correr do tempo, se converte em religião. Esta, identificada por Freud como neurose obsessional da humanidade, ao que Morin acrescentou também a magia e o mito naquela caracterização (MORIN,1979).
No mundo das ideias, Deus, uma invenção do próprio homem, “assegura” sua sobrevivência, dá proteção em troca de louvores e sacrifícios, regulamenta as desordens e as incertezas próprias do homem e conforta os infelizes: Magia, rito e mito são as respostas neuróticas fundamentais às incertezas ansiógenas, às desordens crísicas (de crise), aos extravasamentos e aos parasitismos noológicos que a hipercomplexidade suscita e são, também, constituintes fundamentais da arkhé-cultura sapiental. A formidável colonização da vida humana pelo mito, pela magia, pela religião testemunha a amplitude e a profundidade do caráter crísico do homo sapiens, bem como a amplitude e a profundidade de uma solução neurótica, sem a qual a humanidade talvez não tivesse sobrevivido. (MORIN, 1979:149).
Mas é com a organização das cidades que irão surgir as condições para o aparecimento das renovações noológicas, com suas organizações e intercomunicações. As estruturas hierárquicas vão possibilitar a uma elite, liberada das atividades de sobrevivência, dedicar-se, como na Grécia arcaica, às tarefas do poder, isto é, “pensar”, “falar” e “fazer”..
A organização das cidades possibilitou às elites dedicarem-se às preocupações intelectuais da busca de explicações cosmogônicas e da natureza do ser. O desenvolvimento da autonomia reconhecendo a liberdade individual traz à tona o problema da consciência, surgindo as interrogações filosóficas sobre o que é o homem, o que é o conhecimento, a relação ser/saber, ou sujeito/objeto.
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FONTE: http://www.ia.ufrrj.br/ppgea/conteudo/T2SF/Akiko/13-Mente_humana.doc.
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