segunda-feira, 27 de abril de 2009

Guillaume Apollinaire (1880-1918) - POESIAS

O DELFIM

Delfim: no mar vós brincais,
Mas a vaga é sempre mais.
Por vezes me alegro tanto!
Cruel a vida, entretanto.

(Tradução de Jorge de Sena)


LAÇOS

Cordas feitas de gritos

Sons de sinos através da Europa
Séculos enforcados
Carris que amarrais nações
Não somos mais que dois ou três homens
Livres de todas as peias
Vamos dar-nos as mãos

Violenta chuva que penteia os fumos
Cordas
Cordas tecidas
Cabos submarinos
Torres de Babel transformadas em pontes

Aranhas-Pontífices
Todos os apaixonados que um só laço enlaçou

Outros laços mais firmes
Brancas estrias de luz
Cordas e Concórdia

Escrevo apenas para vos celebrar
Ó sentido ó sentidos caros
Inimigos do recordar
Inimigos do desejar

Inimigos da saudade
Inimigos das lágrimas
Inimigos de tudo o que eu amo ainda


A SERPENTE

Da beleza és inimiga:
Tua crueza castiga
A mulher que for amiga:
Cleópatra, Eva, Euridice,
E mais umas que eu não disse.

FONTE: http://br.geocities.com/jerusalem_13/guillaumeapollinaire.html.

Um comentário:

  1. Guillaume Apollinaire

    Em 1909 publicou o seu primeiro livro O encantador en putrefacción, baseado na lenda de Merlin e Viviane. Os seus poemas, O bestiário ou o cortexo de Orfeo (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) reflectem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais; ainda em 1913 apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo. Alistou-se como voluntário em 1914. Foi ferido gravemente na cabeça, morrendo dois anos depois, vítima da gripe.

    UM DOS MEUS POETAS PREFERIDOS,MEUS CUMPRIMENTOS PELA POSTAGEM, VOU COLOCAR SEU BANER EM UM DOS MEUS BLOGS,
    Efigênia Coutinho

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