Rocha encontrada no Canadá teria se formado antes do nascimento do sistema solar
Um meteorito que caiu no lago Tagish, no oeste do Canadá, no ano 2000 pode ser mais antigo do que o Sol, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Centro Espacial Johnson da NASA em Houston, no Texas (EUA). Essa idéia é defendida pelo cientista Keiko Nakamura-Messenger, que mediu as proporções de diferentes isótopos de nitrogênio e hidrogênio presentes em diminutas nanoesferas de carbono incrustadas em amostras do meteorito. Messenger constatou que essas nanoesferas apresentam índices de nitrogênio-15 e deutério (um átomo de hidrogênio com um nêutron a mais) muito altos em relação ao restante do material que compõe o meteorito. Esse dado seria um indício de que o corpo celeste teria se formado em temperaturas extremamente baixas, entre 10 e 20 K (aproximadamente - 250º C), encontradas em nuvens geladas situadas nos confins do sistema solar ou talvez até antes de nosso sistema ter se formado.
FONTE: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3504&bd=2&pg=1&lg=
Meteorito contém componentes de DNA e RNA, diz estudo
Bases que tomam parte na formação de moléculas essenciais para a vida podem ter surgido no espaço
Carlos Orsi, do estadao.com.br
Meteorito reforça idéia de que bases da vida vieram do espaço
Pesquisa feita nos EUA diz que núcleo da neve contém bactérias
Meteorito raro de 420 kg vai a leilão em Nova York
Vestígios de lago habitável são descobertos em Marte
"Na Terra, todas as reações quimicas envolvendo carbono usam uma forma leve de carbono (carbono 12). Por outro lado, as reações químicas no espaco envolvendo carbono usam uma foma mais pesada (carbono 13)", explica apesquisadora portuguesa Zita Martins, do Imperial College London, principal autora do artigo. "Quando analisamos moléculas orgânicas presentes em meteoritos, podemos saber se são de fato extraterrestres ou simples contaminacao terrestre".
"Estes resultados demonstram que compostos orgânicos, que são componentes do código genético na bioquímica moderna, já estavam presentes nos primórdios do sistema solar e podem ter desempenhado um papel na origem da vida", diz o texto que descreve a descoberta.
Esse resultado soma-se a outros que dão apoio à hipótese de que a vida pode ter começado a partir do encontro, na Terra, de moléculas originadas no espaço. "Ninguém sabe como é que saltamos de simples moléculas organicas na terra primitiva para seres vivos", diz a cientista. "Os nossos resultados mostram que as nucleobases estavam disponiveis na Terra primitiva, de 3,8 a 4,5 bilhões de anos atrás, para serem adotadas por sistemas de visa que estivessem a emergir por essa altura".
A formação dessas moléculas no ambiente espacial também é objeto de estudo - a Nasa, por exemplo, mantém um Laboratório de Gelo Cósmico que tenta recriar as reações químicas que acontecem a baixas temperaturas, pressões e na presença de radiação.
O próprio Murchison já revelou diferentes moléculas orgânicas no passado. E, em fevereiro deste ano, uma equipe diferente de pesquisadores havia anunciado que outro meteorito, achado na Antártida, apresentava uma predominância de aldeídos - os elementos formadores dos aminoácidos, que por sua vez formam proteínas - com o mesmo tipo de conformação visto nas proteínas usadas pelos seres vivos. O trabalho foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Além de estabelecer uma relação possível entre moléculas do espaço e a origem da vida na Terra, a descoberta de moléculas orgânicas complexas em meteoritos traz a possibilidade de que outros planetas tenham sido "semeados" com o mesmo tipo de matéria-prima, dizem cientistas.
"Como os meteoritos representarem materiais que sobraram da formação do sistema solar, os elementos chaves da vida podem estar espalhados pelo Universo", disse a pesquisadora. "Com a descoberta de mais e mais moléculas orgânicas fundamentais para a vida presentes em meteoritos e outros corpos celestes, a possibilidade de que a vida pode surgir onde as condições químicas certas ocorram é maior e mais provavel".
Atualmente, a Nasa procura por matéria orgânica em Marte, com a sonda Phoenix, e tem planos de sondar Europa, uma lua de Júpiter que, acredita-se, tem um oceano de água salgada sob a superfície, em busca de sinais de vida.
FONTE: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid191132,0.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário