Em janeiro de 2009 comemorou-se os 200 anos do nascimento do anarquista Pierre-Joseph Proudhon, um dos primeiros pensadores a cunhar o conceito e importância da “autogestão”. Intelectual de ação, radical, Proudhon nunca caiu nas amarras do politicamente correto tão em voga ainda hoje. Era forte e preciso em suas avaliações na época. Abaixo transcrevo um trecho, limpido e direto para a época.
9 de dezembro de 1851: “Eu tive uma péssima noite. O desgosto me persegue. Estou sendo assediado por temores de toda natureza: o progresso das ciências e da filosofia desenvolveu em um nível extraordinário a elite das mentes na Europa. As massas, por sua vez, estão pouco diferentes do que eram na Idade Média. Nós chegamos a acreditar que, lançando mão da razão, poderíamos convencê-las da importância dos interesses da nação, da dignidade nacional, do amor pela liberdade. De nada adiantou. Os dois terços dos camponeses acreditam mais no padre da sua paróquia do que no seu advogado. A fascinação pelo imperador Napoleão segue mantendo a mesma intensidade, de tal forma que nenhuma ponderação é capaz de dissipá-la. O povo é um monstro que devora todos os seus benfeitores e libertadores. Ao contrário do que acreditávamos, não existe nenhum povo revolucionário. O que nós temos é apenas uma elite de homens que acreditaram ser possível, seduzindo o povo, impor suas idéias de bem público e fazer com que elas fossem aplicadas. Tudo comprova que daqui para frente, incentivar o povo a ter o arbítrio do seu próprio destino equivale a agir, a um só tempo, como otário e charlatão.”
FONTE:http://outraeconomiacontece.wordpress.com/2009/02/15/200-anos-de-proudhon/
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