(...)Apesar desta crítica percuciente das fraquezas e insuficiências das lutas que se desenrolavam sob os seus olhos, Marx ateve-se a palavras de ordem que permaneciam no quadro de uma grande revolução democrática, do mesmo tipo da Revolução francesa do século XVIII. Com efeito, ele impôs-se como tarefa opor às acções do movimento existente, que recuava perante os seus objectivos próprios, audaciosas palavras de ordem do passado, tais como as reivindicações da república una e indivisível, do armamento do povo, da ditadura revolucionária e do "Terror". Neste plano ele chocou de imediato com obstáculos insuperáveis. As reivindicações pré-citadas eram retiradas do arsenal da Revolução francesa. Eram os símbolos de um movimento que levou ao estabelecimento da sociedade burguesa. Mas, dado o emburguesamento gradual da sociedade europeia entretanto ocorrido, elas interessavam agora tão pouco a grande burguesia e uma parte da pequena que Marx apenas podia divulgá-las publicamente sob uma forma muito geral ou muito insossa. É assim que a 6 de Junho de 1848 ele iniciava na Nova Gazeta Renana a sua campanha a favor das menos desagradáveis das palavras de ordem jacobinas supracitadas com a declaração seguinte: "Nós não pedimos, o que seria utópico, que seja proclamada a priori uma república alemã una e indivisível." E deslocava a questão do terreno da acção imediata para o do desenvolvimento futuro quando acrescentava: "a unidade da Alemanha, tal como a sua constituição, só podem resultar de um movimento". Mais, o "órgão da democracia" dirigido por Marx, enquanto subia constantemente de tom, não deixava de manejar com extrema circunspecção estas palavras de ordem mais avançadas da luta por objectivos democráticos.(...)
LEIA EM : "MARX E A REVOLUÇÃO EUROPEIA DE 1848*
FONTE: http://www.geocities.com/jneves_2000/marx1848.htm.
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