sexta-feira, 10 de abril de 2009

HELEN MARTINS (1897-1976) - A ESCULTORA OUTSIDER QUE TINHA VISÕES,FOI INTERPRETADA POR CLEYDE YÁCONIS (clique aqui e veja mais obras)



























"(...)as esculturas construídas por Helen Elizabeth Martins (1897-1976) no quintal de sua casa em um lugarejo da África do Sul, distante 12 horas da cidade do Cabo. Mas as diferenças não são apenas estéticas. ‘Miss Helen’ enfrentou a hostilidade e o conservadorismo dos habitantes da pequena cidade onde vivia, incapazes de compreender como expressão artística suas estranhas esculturas feitas com cimento.(...)"

"(...)"Não se trata de uma biografia da escultora", diz Yara. "Sua história é porta de entrada para tratar de temas como liberdade, segregação racial. Mas o autor o faz colocando as personagens em circunstância, em embates profundamente humanos." Helen Martins vivia uma vida bastante convencional, freqüentava o culto protestante, até o momento em que fica viúva. A partir daí, isola-se e começa por transformar os objetos dentro de sua própria casa para depois seguir criando sua "meca" no quintal. "O que fascina no texto é a forma como ele trata realisticamente de fantasias ao retratar essa mulher que constrói um outro mundo, sua Meca", diz Cleyde.(...)"

abril de 2008

FONTE: http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art150767,0.htm

Uma autêntica outsider
Julia Guimarães
Nascida e criada em uma pequena comunidade branca da África do Sul, de fé protestante, a escultora Helen Martins (1897-1976) promoveu uma verdadeira revolução no vilarejo ao expressar-se criativamente em busca de uma liberdade pessoal.

Nas mãos do sul-africano Athol Fugard, considerado um dos dramaturgos mais importantes da língua inglesa na atualidade, a história da artista ganhou contornos cênicos e será apresentada na cidade pelo viés da atuação de ninguém menos que a atriz Cleyde Yáconis, 84, com meio século de vida dedicados aos palcos, no papel da protagonista. Dirigido pela mineira Yara de Novaes, o espetáculo "O Caminho para Meca" faz curta temporada neste sábado e domingo (11 e 12), no teatro Alterosa.

Toda a trama se desenrola numa única noite. Após a morte do marido, Helen Martins descobre nunca ter amado o homem com quem se casou e inicia um mergulho "quase divino" na arte da escultura, trabalhando com materiais áridos, como cimento e vidro. Disposta a estabelecer códigos próprios de existência pela descoberta de si, ela se torna uma autêntica outsider, em meio a uma sociedade tradicional e conservadora.

"Helen é uma pequena mulherzinha comum, não é intelectual, mas naquela localidade puritana e religiosa passa a ser uma criatura quase demoníaca. Ela não tem nenhum conhecimento de arte e sua obra é dolorida, já que trabalha com cimento e vidro. Disso, surge uma mulher surpreendente até para ela mesma", adianta a atriz.

Temas

As conversas travadas com um pastor protestante (Cacá Amaral) e a amiga Elza, admiradora de suas obras (Lúcia Romano, que acaba de ganhar o Prêmio Shell) revela os temas tratados na peça: solidão, liberdade, exclusão social e a relação do homem perante a religião. Vale lembrar que o texto é de 1984 e que, portanto, a história também busca traçar um discurso de denúncia em relação ao apartheid vivido no país.

"Me parece que para Athol Fugard, o racismo é o tema mais importante da peça, enquanto eu e a Yara destacamos, sobretudo, a liberdade e a coragem de assumir e ser completamente diferente da coletividade, das coisas preestabelecidas. Helen tumultua tudo isso em prol da liberdade de ser o que é", destaca Cleyde.

No que tange à encenação, Yara de Novaes se pautou por uma perspectiva mais realista, até porque não há elipses temporais. Já a meca, referida no título da peça, se abriu semanticamente para várias leituras. "O mais bacana é pensar nesse lugar que gera de alguma forma um movimento, uma caminhada para onde se quer ir. Essa noite na vida das personagens acaba sendo muito emblemática porque todos acabam fazendo um rito de passagem, seja no jeito de lidar com mundo, consigo mesmo e com os outros. Todos experimentam uma espécie de morte, mas essa morte é bem-vinda, é uma jornada que não se encerra e vai ter conseqüência por toda vida", explica a diretora.

"O Caminho para Meca"
Dir. Yara de Novaes. Com Cleyde Yáconis, Cacá Carvalho e Lúcia Romano.
Teatro Alterosa (av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta, 3237-6611). Neste sábado (11), às 21h, e domingo (12), às 19h.

FONTE : http://www.otempo.com.br/jornalpampulha/noticias/?IdEdicao=108&IdCanal=9&IdSubCanal=&IdNoticia=3398&IdTipoNoticia=1

Um comentário:

  1. Nádia, ficaram lindas as postagens de hoje...Belíssimas mesmo...Vc descobriu meu blog menino, feito pela minha filha ballerina clássica...rsrs...Meu lado meio rosa...rsrs...Agora força total no Sarau...Beijos...Páscoa...Ressureição...Sempre...

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