domingo, 9 de agosto de 2015

"REVOLUÇÃO" (1975) - FILME DE ANA HATHERLY (1929 - 2015)

(05 08 2015) Morreu Ana Hatherly, a pintora da palavra
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/morreu-ana-hatherly-a-pintora-da-palavra-1704158

http://www.publico.pt/multimedia/video/trailer-de-revolucao-de-ana-hatherly1975-20150805-164153#/st_refDomain=mail.google.com&st_refQuery=/mail/u/0/?tab=wm


*Elenice Rosa envia o Trailer

https://www.youtube.com/watch?v=xnImaNQfwqI

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_25_de_Abril_de_1974

 
Enviado em 18 de jan de 2007
preview of "Revolução", by Ana Hatherly,1975 - full version 5 minutes (16mm, color and sound). see more at www.videofilmeexperimentalenovosmedia.bl­ogspot.com



Morreu Ana Hatherly, a pintora da palavra
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/morreu-ana-hatherly-a-pintora-da-palavra-1704158

Tinha “uma criança muito viva no lugar do coração e punha-se traquinas”, escreveu um dia Valter Hugo Mãe. A artista plástica, poeta, romancista, ensaísta e tradutora Ana Hatherly morreu na manhã desta quarta-feira em Lisboa. Tinha 86 anos.
Nas suas próprias palavras, era uma cega a quem foi dado ver: “Confeccionar imagens é elaborar um roteiro para as mais imprevisíveis viagens porque as imagens constroem-se a si próprias […]. O criador de imagens é um cego a quem é dado ver numa pequena pausa fria.”
Nascida no Porto em 1929, tinha 47 anos quando, em 1976, foi convidada a participar na mais importante bienal de artes plásticas do mundo – a de Veneza. Três décadas depois foi Prémio da Crítica 2003 pelo livro O Pavão Negro (ed. Assírio & Alvim), sucedendo a nomes como Torga, Cardoso Pires, Sophia e Mourão Ferreira. Ana Hatherly teve uma formação ecléctica e um percurso igualmente intenso e multifacetado.
Licenciada em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, fez estudos cinematográficos na London Film School e doutorou-se em Literaturas Hispânicas na Universidade de Berkeley. Foi professora na escola de artes visuais Ar.Co, na Escola Superior de Cinema e no departamento de Literatura Portuguesa da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Destacou-se com investigadora do barroco, como ensaísta e escritora, mas talvez seja sobretudo reconhecida como artista plástica.
A sua carreira literária arrancou em 1958 com Um Ritmo Perdido. Começou no ano seguinte as suas pesquisas no âmbito da poesia concreta e experimental. Dez anos depois, em 1969, fez na Galeria Quadrante a exposição que marcou o início do seu percurso nas artes plásticas. A partir de então, a escrita, o acto de escrever e as possibilidades visuais da palavra e da caligrafia estiveram no centro de uma obra em que as fronteiras entre a poesia, o desenho e a pintura se foram tornando cada vez mais elásticas e difusas, não sendo evidente definir onde começa e acaba cada um destes domínios.
Investigadora da poesia visual portuguesa da época barroca bem como das escritas orientais, na sua mão, as palavras repetem-se, viajam soltas pelas superfícies, definem contornos e quebram volumes, articulando pensamento e gesto, mensagem e imagem.
“Em arte a realidade verdadeiramente possível é a que nós inventamos”, escreveu numa das suas Tisanas, os 463 pequenos poemas em prosa que começou a publicar em 1969 e que assumiu como um work in progress de “meditação poética sobre a escrita como pintura e filtro da vida”.
Em Hatherly, a arte como “filtro da vida” tornar-se-ia especialmente clara no período revolucionário. A viver, na altura, grande parte do ano em Londres, chegou a Lisboa no dia 25 de Abril de 1974. “Tinha vindo cá buscar não sei o quê, fiz aqui uma escala a caminho do Egipto, talvez para ver como estava a casa no Estoril”, contou em entrevista ao PÚBLICO em 2004.(...)
  
 http://www.cinemateca.pt/Cinemateca/Noticias/Filmes-de-Ana-Hatherly-em-projecao-a-26-de-julho.aspx
Poeta, ensaísta, artista plástica, Ana Hatherly estendeu o seu trabalho ao cinema, realizando um núcleo de filmes de curta-metragem nos anos 1970, cuja singularidade se evoca numa projeção marcada para o próximo dia 26 de julho, às 21h30.

O alinhamento do programa reúne oito títulos, realizados entre 1974  e 1977, representativos desta dimensão da obra de Hatherly, menos conhecida do que o seu trabalho nos domínios da literatura e das artes plásticas.
Os títulos a exibir integram a coleção da Cinemateca. "Exercícios de Animação" e "C.S.S." ("Cut Silk Sand") são duas produções da London Film School, que Hatherly frequentou no início da década de 1970. Como os anteriores, "Sopro 57-An-39" reflete o seu interesse na animação. Originalmente filmado em Super 8, ampliado para 16mm e estreado na Bienal de Veneza em 1976, "Revolução" retrata as paredes, murais e grafitis das ruas lisboetas pós 25 de abril de 1974. "Diga-me o que É a Ciência" (I e II) são dois títulos produzidos pela Divisão de Educação Permanente do Ministério da Educação. "Rotura" regista uma intervenção de Hatherly na galeria Quadrum, em Lisboa, em 1977.

 http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4717002


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