Em seu primeiro romance, A convidada (1943), explorou os dilemas existencialistas da liberdade, da ação e da responsabilidade individual, temas que abordou igualmente em romances posteriores como O sangue dos outros (1944) e Os mandarins (1954), obra pela qual recebeu o Prêmio Goncourt e que é considerada a sua obra-prima.
As teses existencialistas, segundo as quais cada pessoa é responsável por si própria, introduzem-se também em uma série de quatro obras autobiográficas, além de Memórias de uma moça bem-comportada (1958), destacam-se A força das coisas (1963) e Tudo dito e feito (1972).
Entre seus ensaios críticos cabe destacar O Segundo Sexo (1949), uma profunda análise sobre o papel das mulheres na sociedade; A velhice (1970), sobre o processo de envelhecimento, onde teceu críticas apaixonadas sobre a atitude da sociedade para com os anciãos; e A cerimônia do adeus (1981), onde evocou a figura de seu companheiro de tantos anos, Sartre.
- 1943 : L'Invitée, romance
- 1944 : Pyrrhus et Cinéas, ensaio
- 1945 : Le Sang des autres, romance
- 1945 : Les Bouches inutiles, peça de teatro
- 1946 : Tous les hommes sont mortels, romancce
- 1947 : Pour une morale de l'ambiguïté, ensaio
- 1948 : L'Amérique au jour le jour
- 1949 : Le Deuxième Sexe, ensaio filosófico
- 1954 : Les Mandarins, romance
- 1955 : Privilèges, ensaio
- 1957 : La Longue Marche, ensaio
- 1958 : Mémoires d'une jeune fille rangée, autobiográfico
- 1960 : La Force de l'âge, autobiográfico
- 1963 : La Force des choses
- 1964 : Une mort très douce, autobiográfico
- 1966 : Les Belles Images, romance
- 1967 : La Femme rompue, novela
- 1970 : La Vieillesse, ensaio
- 1972 : Tout compte fait, autobiográfico
- 1979 : Quand prime le spirituel, romance
- 1981 : La Cérémonie des adieux suivi de Entretiens avec Jean-Paul Sartre : août - septembre 1974, biografia
O S E G U N D O S E XO
SIMONE DE BEAUVOIR
Entendendo o eterno feminino como
um homólogo da alma negra, epítetos
que representam o desejo da casta dominadora
de manter em "seu lugar", isto
é, no lugar de vassalagem que escolheu
para eles, mulher e negro, Simone de
Beauvoir, despojada de qualquer preconceito,
elaborou um dos mais lúcidos e
interessantes estudos sobre a condição
feminina. Para ela a opressão se expressa
nos elogios às virtudes do bom negro,
de alma inconsciente, infantil e alegre,
do negro resignado, como na louvação
da mulher realmente mulher, isto é, frívola,
pueril, irresponsável, submetida ao
homem.
Todavia, não esquece Simone de Beauvoir
que a mulher é escrava de sua própria
situação: não tem passado, não tem
história, nem religião própria. Um negro
fanático pode desejar uma humanidade
inteiramente negra, destruindo o
resto com uma explosão atômica. Mas
a mulher mesmo em sonho não pode
exterminar os homens. O laço que a
une a seus opressores não é comparável
a nenhum outro. A divisão dos sexos é,
com efeito, um dado biológico e não um
momento da história humana.
Assim, à luz da moral existencialista,
da luta pela liberdade individual, Simone
de Beauvoir, em O Segundo Sexo, agora
em 4.a edição no Brasil, considera os
meios de um ser humano se realizar dentro
da condição feminina. Revela os
caminhos que lhe são abertos, a independência,
a superação das circunstâncias
que restringem a sua liberdade.
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