Por Henrique Santana
Fotos: André Zuccolo
O Jardim da União está há um ano e meio no distrito do Grajaú, zona sul de São Paulo. Com 820 famílias distribuídas em quatro quadras, a ocupação se tornou uma pequena cidade autônoma. Com a falta de políticas do Estado, o número de famílias dobrou no decorrer do último ano. Hoje, conta com educação própria, reciclagem e agricultura.
A caminhada das famílias passou por uma violenta reintegração de posse em uma ocupação localizada no Itajaí, também no Grajaú, em setembro de 2013. Sem teto e sem terra, as cerca de 200 famílias que perderam os barracos – destruídos pela Tropa de Choque – passaram a ocupar o terreno do Varginha e fizeram o batismo: Jardim da União.
Mesmo com a função social que exerce, o Jardim da União pode sofrer reintegração de posse a qualquer momento. O terreno, ironicamente, pertence ao CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), empresa do governo estadual responsável pelo desenvolvimento urbano e de habitações populares para pessoas de baixa renda. As autoridades alegam que a ocupação se localiza em área de manancial e, por isso, deve ser desocupada.
Leia também: Em pé de guerra, Jardim União resiste à reintegração de posse
Educação é nóis que faz
A creche “Filhos da Luta” foi a mais recente construção dos moradores, realizada em outubro (12) do ano passado e inaugurada no dia das crianças. A tarefa de cuidar dos mais novos é divida entre quatro mulheres, duas fazem o trabalho no turno da manhã e as outras duas à tarde.(...)leia na íntegra em : http://revistavaidape.com.br/blog/2015/04/ocupacao-jardim-uniao-na-zona-sul-uma-pequena-cidade-autonoma/
Por Thiago Borges (texto e fotos)
O dia virou noite no Extremo Sul de São Paulo. A chuva ameaça cair após intenso calor, mas as gêmeas Raíssa e Rayane, de três anos, não se importam com os trovões e brincam na terra sob o olhar do pai Genildo Tavares dos Santos, 57. Ele apressa as pequenas para ir embora, afinal ventos e raios podem destelhar o barraco e queimar os poucos eletrodomésticos.
As incertezas trazidas pelo clima não são as únicas que angustiam Genildo. Como ele, desde dezembro mais de 800 famílias sem teto aguardam decisão judicial sobre o futuro do Jardim da União, uma ocupação por moradia localizada no distrito do Grajaú.
Até oito meses atrás, Genildo morava com a mulher, as gêmeas e outros dois filhos no Jardim Iporã, bairro vizinho à ocupação, onde teve “sorte” de alugar um quarto-e-cozinha por R$ 250. Em geral, o aluguel de dois cômodos não fica por menos de R$ 400 na região, que está entre as campeãs da especulação imobiliária.
Entre janeiro e novembro de 2013, o valor do metro quadrado subiu 4,95% em 112 bairros da cidade de São Paulo, segundo o ZAP Imóveis. As maiores altas foram registradas em bairros periféricos. Com aumento de 20,86% no período, o Grajaú ficou em terceiro lugar nesse ranking, atrás apenas de Sapopemba (22,40%) e Jaraguá (23,82%).
O aperto no orçamento e a derrubada da tarifa do transporte nas manifestações de junho de 2013 motivaram milhares de moradores a ocupar mais de 20 terrenos ociosos, segundo movimentos da região. Poucas ocupações resistiram às reintegrações de posse, entre elas o Jardim da União, que sofreu cinco despejos violentos.
Após diversos protestos da periferia ao centro, o povo dessa ocupação conseguiu suspender novas desocupações durante 2014. A área pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) e já seria destinada à construção de moradias populares.(...)
leia na íntegra em :
https://periferiaemmovimento.wordpress.com/2015/01/21/reportagem-ocupacao-no-grajau-tem-creche-biblioteca-e-cooperativa-mas-corre-risco-de-despejo/
http://revistavaidape.com.br/blog/2015/04/ocupacao-jardim-uniao-na-zona-sul-uma-pequena-cidade-autonoma/
https://periferiaemmovimento.wordpress.com/2015/01/21/reportagem-ocupacao-no-grajau-tem-creche-biblioteca-e-cooperativa-mas-corre-risco-de-despejo/
*enviado por Homero Mattos Jr do blog Passalidades Atuais
https://www.facebook.com/PassalidadesAtuais
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