quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CARTAS A UM JOVEM POETA, EM RILKE E MARCELO ROQUE



Rainer Maria Rilke
Na minha aventura ensaistica de poesia, acreditei em certa época que o que eu escrevia atrapalhava meus relacionamentos. Decidi, um dia, por fim, deixar de escrever. Não que fosse fazer falta ao mundo, mas faria a mim, contudo, coloquei na cabeça que isso seria o melhor.
Fiquei pensando isso até me deparar com Rainer Maria Rilke. O primeiro encontro veio com a tensão poética de "Elegias de Duíno", ciclo de dez elegias que começaram a ser escritas em 1912 no castelo Duíno, em Trieste, Itália, e foram finalizadas apenas em 1922. Escrevendo sob o ponto de vista de amantes infelizes, mulheres abandonadas e história trágicas, Rilke inicia as elegias com uma das mais belas frases da poesia universal:
"Se eu gritar, quem poderá ouvir-me, nas hierarquias dos Anjos?"
O segundo encontro foi decisivo. "Cartas A Um Jovem Poeta" reúne cartas trocadas entre o escritor e um jovem admirador e poeta, Franz Xaver Kappus, entre fevereiro de 1903 e dezembro de 1908. São dez cartas que, mais do que falar de poesia, falam de vida. Alias, vida e poesia estão misturadas nas cartas, uma como resultado constante da outra.
Nas cartas, Rilke aconselha o poeta iniciante a deixar de lado a ironia, a fugir da crítica afundando-se na solidão, não se deixar impressionar pelo grandioso nem entregar-se ao drama, entre outros conselhos. Mais do que conselhos a um jovem poeta, são conselhos de humildade, honestidade e perseverança.
Os conselhos do poeta me fizeram enxergar a inocência em meus escritos. Sobretudo, me fizeram sentir-me satisfeito com eles. E a enfrentar a solidão. E a me apaixonar de novo.

Marcelo Costa



O mundo estava no rosto da amada

Rainer Maria Rilke*
O mundo estava no rosto da amada -
e logo converteu-se em nada, em
mundo fora do alcance, mundo-além.

Por que não o bebi quando o encontrei
no rosto amado, um mundo à mão, ali,
aroma em minha boca, eu só seu rei?

Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi.
Mas eu também estava pleno de
mundo e, bebendo, eu mesmo transbordei.
(Tradução: Augusto de Campos)

Poeta citado por José Reis no Memorial da UNESCO para o prêmio Kalinga




Mil e Uma Cartas de Amor

Te mandarei mais de mil cartas de amor,
e dentro de cada uma delas,
inventarei outras mil formas de te amar
E te falarei sobre as mil flores que vi nascer,
quando só o que eu ouvia era a tua voz
E contarei sobre os mil desertos que atravessei,
sob mil luas e sóis dilascerantes,
onde meu corpo, então combalido,
nada mais fazia a não ser,
sonhar por mais de mil noites,
com o oásis dos teus olhos

Marcelo Roque

3 comentários:

  1. "Nas cartas, Rilke aconselha o poeta iniciante a deixar de lado a ironia, a fugir da crítica afundando-se na solidão, não se deixar impressionar pelo grandioso nem entregar-se ao drama, entre outros conselhos. Mais do que conselhos a um jovem poeta, são conselhos de humildade, honestidade e perseverança.
    Os conselhos do poeta me fizeram enxergar a inocência em meus escritos. Sobretudo, me fizeram sentir-me satisfeito com eles. E a enfrentar a solidão. E a me apaixonar de novo."

    Glória.LINNDDDOOOOOO!!!! AGRADEÇO AGRADEÇO A GRAÇA DE TER VC PERTO!!! SEMPRE NA CIRANDA!!! NÉ? MÃOS DADAS!!! A BRINCAR DE RODA E A DANÇAR COM AS PALAVRAS!!

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  2. É LINDO, NADIA...E POETA PREDILETO DE JOSÉ REIS...RSRS...BEIJOS...

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  3. simmmmmm....foi o que li ontem no lifro com as poesias de Reis!! NOVALIS...e RUBAIAT...hummmm é esse o nome? bom, vc sabe que tenho este livro das cartas a um jovem poeta aqui em casa? era do ex marido!? ou é!!!kkkkk ai se ele sabe que está comigo!!! kkkk mas aí eu já comecei várias vezes a ler este livro e olhe!!!! olhe como sou dispersa e relapsa leitora!!! UMA VERGONHA!!! sem querer lembrar aquele outro besta da tv!! kkkkk
    ABRAÇÃO GLÓRIA!!!

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