Quando deixa-se de falar
Quando a razão da razão já não existir mais
Quando o obvio deixa de ser
Quando os lugares comuns já não serem mais
Quando a procura ficar à espera do esperando
Quando fluir nas veias a vibração do amanhã
Quando o amanhã será hoje
Quando o inesperado não for mais surpresa
Como será? Como será?
Será tudo pardo, tudo cinza
Será sem brilho e calor
Será tudo igual e sem diferença
Será apenas mais um será
Caminho obscuro no percurso
Tráfico intenso sem direção
Vento ventania, raio da manhã
No meio da escuridão
Alma perdida no universo
Rodando na contramão
Tudo quando será?
Quase tudo será quando?
Quase tudo tão difícil como explicar o obvio...
Quase tudo tão simples com entender o sorriso de uma criança
Quase, se não fosse o quase
Quase seria tudo.
Seria fogo, fênix, renascer
Seria alma, confessar, perder
Seria noite, enfim, adormecer
Seria surpresa, música, enlouquecer.
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