quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Será o Benedito! Inacreditável, será que é verdade? RChonchol

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PIOR QUE A BOLÍVIA

Temos conosco, cada um de nós, vivendo ao nosso lado, definindo o que podemos e devemos, ou não podemos e não devemos fazer, dirigindo nossas vidas, a presença constante dos 14,1 milhões de brasileiros absolutamente iletrados, ou seja, de absolutamente analfabetos.
Isso, oficialmente.
Afora todos os semi-letrados, os analfabetos funcionais, aqueles que imaginam que sabem ler, escrever e fazer, aqueles que nós acreditamos, para nossa tranqüilidade noturna e nossa alienação tão humanitária e democrata, que saibam ler, escrever e fazer, os “alfabetizados” para a UNESCO ver -- contingente este que o projeto do Sr. Cristóvão Buarque fazia questão de manter e permitia que se avolumasse, e que representa, na verdade verdadeira, o maior fator de nossos desarranjos cívicos.

De "O GLOBO"

Analfabetismo: pior do que na Bolívia
Brasil tem taxa de 10%: 14 milhões de jovens e adultos não lêem nem escrevem
Demétrio Weber e Letícia Lins*
BRASÍLIA e CABO DE SANTO AGOSTINHO (PE). O governo Lula chegou ao quinto ano com 14,1 milhões de jovens e adultos analfabetos no país, segundo a última Pnad. A pesquisa foi realizada em setembro de 2007 e revelou que o país permanecia com uma taxa de analfabetismo de dois dígitos - 10% (incluindo o Norte rural) - entre a população de 15 anos ou mais. Em números absolutos, havia mais iletrados que a população da Suécia e da Noruega juntas. De 2006 para 2007, a taxa brasileira caiu de 10,4% para 10%. No Nordeste, 19,9% da população permaneciam sem saber ler e escrever.
O ligeiro recuo na taxa nacional, porém, nada contribuiu para melhorar a posição do Brasil num ranking latino-americano de 22 nações: o país ocupava a 15ª posição, atrás de Bolívia (9,7% de analfabetos), Suriname (9,6%), México (7,6%), Paraguai (6,3%), Chile (3,5%) e Argentina (2,4%). Em situação pior, estavam apenas República Dominicana (10,9%), Jamaica (14%), El Salvador (14,5%), Honduras (16,9%), Nicarágua (19,5%), Guatemala (26,8%) e Haiti (37,9%). Cuba tem a menor taxa: 0,2%.
A comparação usou dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
- É preocupante. O número de analfabetos ainda está muito alto - disse o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny.
O IBGE calcula também o chamado analfabetismo funcional, que considera a população com menos de quatro anos de estudo. No ano passado, 21,6% dos brasileiros estavam nessa situação. No Nordeste, o índice alcançava 33,5%, ou seja, mais de um terço da população.
O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, disse que o ritmo de redução é inferior ao desejado, mas acentuou a tendência de queda: em 2004, a taxa era de 11,4% e caiu para 11,1%, em 2005, e 10,4%, em 2006.
- É lenta, mas consistente.
Lázaro criticou o governo de São Paulo, lembrando que o estado tinha o segundo maior número de analfabetos no país, atrás somente da Bahia, mas não investia em ações para combater o problema.
- São Paulo tem o segundo maior número de analfabetos, mas nenhum programa de alfabetização de jovens e adultos - disse Lázaro.
O Brasil Alfabetizado foi lançado em 2003, quando a prioridade do governo Lula era erradicar o analfabetismo na gestão do então ministro Cristovam Buarque. O programa investirá R$300 milhões este ano para atender 1,3 milhão de jovens e adultos. Segundo Lázaro, 30% das matrículas costumam ser de quem já sabe ler e escrever. Até hoje, o governo desconhece o impacto do programa, pois não sabe quantos alunos efetivamente são alfabetizados.
Em 1992, a taxa de analfabetismo brasileira era de 17,2%. Nesse período de 15 anos, a maior redução ocorreu no Nordeste: de 32,7% para 19,9%.
Analfabetismo é bem maior no interior do Nordeste
Não é preciso ir longe para ver que o analfabetismo vai demorar a acabar em Pernambuco, onde os próprios órgãos oficiais calculam que há 100 mil crianças fora da escola. Alberto Barbosa da Silva, de 13 anos e morador de Cabo de Santo Agostinho, é uma delas. Já tentou estudar duas vezes, mas não conseguiu aprender nada. Diz que não gosta de colégio. No ano passado, matriculou-se, mas só ficou no colégio por um mês. Não sabe ler, escrever e nem mesmo assinar o nome. Sua tia, Edite Barbosa da Silva, de 28 anos, parou de estudar ao 18. Cursou até a 4ª série: sabe ler e escrever "mais ou menos".
No Nordeste, as taxas de analfabetismo chegam a 19,9%. Mas há municípios, como Gameleira, onde 25% dos maiores de 20 anos não sabem ler nem escrever. No meio rural, esse número chega a 57%

fonte: Marcos Loco ( Multiply)

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