segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PIO XII E O HOLOCAUSTO - isto me lembra as pinturas de Francis Bacon em relação aos Papas.


Pio XII e o painel no Yad Vashem com a crítica ao seu comportamento

O Yad Vashem está resistindo à pressão da Santa Sé para mudar a citação no seu Museu da História do Holocausto que acusa o Papa Pio XII de não protestar contra o genocídio nazista dos judeus. Também um líder italiano judaico advertiu sobre uma "ferida que será difícil de sarar" entre os judeus, se a beatificação de Pio XII prosseguir. A beatificação é o terceiro dos quatro passos no processo para declarar alguém como santo. O Vaticano repetidamente afirma que Pio XII trabalhou incansavelmente, porém quietamente durante a guerra, para salvar judeus e que declarações públicas em favor dos judeus teriam resultado numa reação do regime nazista que prejudicariam o salvamento. O Rev. Peter Gumpel, que é um dirigente católico e que está promovendo a causa para a declaração de santidade de Pio, disse que a citação é um obstáculo para a visita do Papa Bento XVI. Mas um porta-voz do Papa Bento informou que embora nenhuma viagem está sendo planejada, a discussão com o Yad Vashem não será o fator decisivo. O presidente Shimon Peres aconselhou que esta menção controvertida em relação ao Papa Pio XII não atrapalhasse a visita à Terra Santa pelo atual pontífice. Peres apóia as críticas israelenses em relação a Pio, mas informou aos repórteres em Jerusalém que este assunto não deveria ser uma barreira contra uma viagem de Bento. "Temos razoes para acreditar que Pio XII não fez o bastante para salvar vidas judias, eu não quero julgar. Se existirem provas, então elas devem ser verificadas cuidadosamente. A visita ao país sagrado nada tem a haver com raiva nem com disputas. É sagrada todo o tempo, é sagrada para nós todos". Frederico Lombardi, que é o porta-voz do Vaticano, conclamou no domingo passado por "uma nova revisão objetiva e em profundidade" da citação. A citação diz: "Mesmo quando relatórios sobre o assassinato de judeus alcançaram o Vaticano, o papa não protestou, nem verbalmente nem por escrito. Em Dezembro de 1942, [Pio XII] se absteve de assinar a Declaração Aliada condenando o extermínio dos judeus. Quando judeus foram deportados de Roma para Auschwitz, o papa não interveio. "O papa manteve sua posição neutra durante toda a guerra, com exceção de apelos aos governantes da Hungria e da Eslováquia sobre isso. O seu silêncio e a ausência de diretrizes obrigaram que clérigos por toda a Europa decidissem por conta própria como reagir".O Yad Vashem afirmou no domingo que o tratamento do museu em relação a Pio XII não é influenciado por considerações políticas nem por pressões diplomáticas, mas somente pelo resultado de pesquisas históricas. Durante a semana passada, o Vaticano anunciou que estava suspensa a beatificação de Pio XII, por ordem do Papa Bento XVI.
Fonte: Notícias da Rua Judaica

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