Sou insuspeito de simpatias pelo tirano obscurantista do Irã, Mahmoud Ahmadinejad: não tenho nenhuma.
Considero estado teocrático uma fantasmagoria medieval que resistiu à passagem das trevas para a luz; e Ahmadinejad, o responsável último pelo assassinato travestido de legalidade de manifestantes pacíficos, por terem supostamente desrespeitado os desígnios divinos (uma falácia que serve para justificar qualquer coisa que se queira).
Sou totalmente contrário à pena de morte para crimes de sangue e considero pura barbárie sua aplicação em episódios menores como o de se protestar contra fraude eleitoral; para pessoas civilizadas, isso nem delito é.
Ressalvas feitas, vou concordar uma vez com Ahmadinejad. Falando nesta 2ª feira (3) na reunião nuclear da ONU, ele acertou na mosca: a ameaça implícita estadunidense de utilizar bombas atômicas contra o Irã é atroz, hedionda, repulsiva e, portanto, merecedora do repúdio universal.
Parte de uma nação que já incidiu (duas vezes!) nesse ato de extrema desumanidade e abjeta covardia, de forma que a hipótese de reincidência não deve ser descartada.
Os EUA fizeram do povo japonês uma cobaia dos efeitos de petardos atômicos, detonando-os para, principalmente, servirem como efeito-demonstração: queriam intimidar Stalin, para que não ousasse exigir mais do que o quinhão do mundo que estavam dispostos a lhe conceder, na partilha de áreas de influência entre os vencedores da II Guerra Mundial.
Para forçar a rendição japonesa, hoje está mais do que provado, os holocaustos de Hiroshima e Nagasaki não eram minimamente necessários. Sem sequer armamentos e combustíveis para continuar lutando, o Japão já fazia sondagens secretas sobre uma fórmula de capitulação que não implicasse a deposição do seu imperador.
Depois de terem levado a cabo seu show macabro, os EUA acabaram consentindo que Hirohito permanecesse no trono do Japão. Quando ocuparam o país, entre 1945 e 1950, apenas impuseram a negação do caráter divino de sua investidura, fazendo o regime se transformar em monarquia constitucional.
O que serviu para comprovar, mais uma vez, a inexistência de qualquer motivo real para mandarem duas cidades e seus habitantes pelos ares, exterminando mais de 200 mil civis e impondo sofrimentos inenarráveis aos sobreviventes que haviam sido expostos à radiação.
Então, o fato de os EUA terem admitido possuir atualmente 5.113 petardos prontos para utilização significa que o mundo corre grave perigo. O que não farão eles quando seu império alicerçado na ganância e na desigualdade começar a ruir?!
E, de imediato, sua recente frase ambígua de que não utilizarão armas nucleares contra nações que não as tenham, desde que tais nações respeitem o Tratado de Não Proliferação Nuclear, deve ser encarada como uma séria ameaça e uma inaceitável afronta ao resto do mundo: os EUA erigem-se em árbitros que decidem quem pode ter o que, usando e abusando de sua condição de detentores do maior arsenal atômico, quando são os últimos a terem autoridade moral para dizer uma palavra sequer neste assunto. Os únicos que já utilizaram as armas do Juízo Final não têm lições para dar a ninguém.
Last but not least, devemos lembrar que Israel possui um arsenal nuclear totalmente à margem de qualquer supervisão internacional e é um país cujos crapulosos dirigentes não hesitam em ordenar genocídios com os perpetrados contra os palestinos na virada de 2008 para 2009.
Muito mais do que o Irã, que nem sequer possui armas nucleares, quem precisaria ser enquadrado, neste instante, é Israel.
Considero estado teocrático uma fantasmagoria medieval que resistiu à passagem das trevas para a luz; e Ahmadinejad, o responsável último pelo assassinato travestido de legalidade de manifestantes pacíficos, por terem supostamente desrespeitado os desígnios divinos (uma falácia que serve para justificar qualquer coisa que se queira).
Sou totalmente contrário à pena de morte para crimes de sangue e considero pura barbárie sua aplicação em episódios menores como o de se protestar contra fraude eleitoral; para pessoas civilizadas, isso nem delito é.
Ressalvas feitas, vou concordar uma vez com Ahmadinejad. Falando nesta 2ª feira (3) na reunião nuclear da ONU, ele acertou na mosca: a ameaça implícita estadunidense de utilizar bombas atômicas contra o Irã é atroz, hedionda, repulsiva e, portanto, merecedora do repúdio universal.
Parte de uma nação que já incidiu (duas vezes!) nesse ato de extrema desumanidade e abjeta covardia, de forma que a hipótese de reincidência não deve ser descartada.
Os EUA fizeram do povo japonês uma cobaia dos efeitos de petardos atômicos, detonando-os para, principalmente, servirem como efeito-demonstração: queriam intimidar Stalin, para que não ousasse exigir mais do que o quinhão do mundo que estavam dispostos a lhe conceder, na partilha de áreas de influência entre os vencedores da II Guerra Mundial.
Para forçar a rendição japonesa, hoje está mais do que provado, os holocaustos de Hiroshima e Nagasaki não eram minimamente necessários. Sem sequer armamentos e combustíveis para continuar lutando, o Japão já fazia sondagens secretas sobre uma fórmula de capitulação que não implicasse a deposição do seu imperador.
Depois de terem levado a cabo seu show macabro, os EUA acabaram consentindo que Hirohito permanecesse no trono do Japão. Quando ocuparam o país, entre 1945 e 1950, apenas impuseram a negação do caráter divino de sua investidura, fazendo o regime se transformar em monarquia constitucional.
O que serviu para comprovar, mais uma vez, a inexistência de qualquer motivo real para mandarem duas cidades e seus habitantes pelos ares, exterminando mais de 200 mil civis e impondo sofrimentos inenarráveis aos sobreviventes que haviam sido expostos à radiação.
Então, o fato de os EUA terem admitido possuir atualmente 5.113 petardos prontos para utilização significa que o mundo corre grave perigo. O que não farão eles quando seu império alicerçado na ganância e na desigualdade começar a ruir?!
E, de imediato, sua recente frase ambígua de que não utilizarão armas nucleares contra nações que não as tenham, desde que tais nações respeitem o Tratado de Não Proliferação Nuclear, deve ser encarada como uma séria ameaça e uma inaceitável afronta ao resto do mundo: os EUA erigem-se em árbitros que decidem quem pode ter o que, usando e abusando de sua condição de detentores do maior arsenal atômico, quando são os últimos a terem autoridade moral para dizer uma palavra sequer neste assunto. Os únicos que já utilizaram as armas do Juízo Final não têm lições para dar a ninguém.
Last but not least, devemos lembrar que Israel possui um arsenal nuclear totalmente à margem de qualquer supervisão internacional e é um país cujos crapulosos dirigentes não hesitam em ordenar genocídios com os perpetrados contra os palestinos na virada de 2008 para 2009.
Muito mais do que o Irã, que nem sequer possui armas nucleares, quem precisaria ser enquadrado, neste instante, é Israel.
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