Casa da Mãe Joana
Entramos em 2012, ano de eleições para as prefeituras e Câmaras
municipais
Isto significa que será mais um ano agitado para a maioria dos
partidos que se mobilizam na captação de recursos financeiros
para suas respectivas campanhas
E este é o problema - as doações particulares para os partidos
Nas últimas eleições presidenciais, em entrevista, Eike Batista,
o empresário mais rico do Brasil, deixou claro que fez doações
tanto para o PT como também para o PSDB
Evidente que, como homem de negócios, o que ele temia era
que suas empresas fossem prejudicadas em futuras licitações
de um governo que ele não apoiara financeiramente - em outras
palavras; o velho toma-lá, da-cá
E não podemos deixar de citar também e, principalmente, que os
principais doadores de dinheiro para campanhas políticas, são
os bancos
Resumo da ópera; tanto no poder Executivo como no Legislativo,
temos um contingente enorme de políticos financiados por estas
instituições, o que é um verdadeiro absurdo, afinal, como um
parlamentar ou então, um chefe do Executivo, poderá, nestas
condições, ter idoneidade para elaborar, votar ou assinar projetos
relativos a estas instituições financeiras
Por estas e outras razões, sou favorável ao financiamento público
das campanhas, porém, aliado a uma mudança na lei eleitoral que, hoje,
privilegia com mais tempo de propaganda na rádio e televisão, as legendas
com a chamada "maior representatividade" no Congresso, o que, na verdade,
é uma maneira de continuar dando espaço muito maior aos velhos caciques
da política nacional, ligados, historicamente, ao latifúndio, bancos e outros
grupos financeiros, em detrimento àqueles partidos oriundos de movimentos
genuinamente populares e, de fato, muitíssimo mais representativos
Enfim, devemos lutar para expurgar das campanhas eleitorais e,consequentemente,
política nacional, a peçonhenta influência de grupos privados que, apenas enxergam
nas instituições públicas, um balcão de negócios, e não Casas que defendam os interesses
de toda a Sociedade
Marcelo Roque
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