Quando me sorris,
Visigoda e celta,
Dama culta e bela,
Língua de Aviz...
Fado de punhais,
Inês e desventuras,
Lá onde costuras,
Multidão de ais.
Mel e amargura,
Fatias de medo,
Vinho muito azedo,
Tudo com fartura.
Cravos da paixão ,
Com dores me serves,
Com risos me pedes
Vida e coração,
Vida e coração.
Bebel das línguas em pleno cio,
Seduz e África, cede ao gentio,
Substantivos, verbos, alfaias de ouro,
Os seus olhares conquistam do mouro.
Mares-algarismos,
Onde um eu piloto
Rouba do ignoto
Almas e abismos.
Verbo das correntes
Com seu candeeiro
Todo marinheiro
Caça continentes.
E o galeiro real,
Ao cantar matinas,
Acha três meninas
Sob um laranjal.
Última das filhas,
Ventre onde os mapas
Bordam suas cartas
Linhas Tordesilhas,
Linhas Tordesilhas.
Em nossas terras continentais
A cartomante abre o baralho,
Abismada vê, entre o sim e o não,
Nosso destino ou um samba canção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário