quinta-feira, 1 de março de 2012

ESTAMOS VIVENDO UMA ALUCINAÇÃO?



Estamos Vivendo uma Alucinação?

Carlos A. Lungarzo

Brasil é conhecido nos meios diplomáticos como um país com grande população e extensão que permanentemente se oferece para mediar em conflitos, que se orgulha de seu depósito de sub-salt-oil (o “pré-sal”, como dizem em vernáculo), dá lições de moral as grandes potências e procura sem descanso uma vaga definitiva no UNSC.

Mas, entre os defensores de direitos humanos, seja de agrupações independentes como de organismos internacionais mais ou menos isentos, cujo total de membros e ativistas não é tão pequeno como displicentemente dizem os altos dignitários brasileiros (somos mais de 40 mi, o que não é muito mas tampouco é tão insignificante), Brasil tem uma fama bem diferente, que não vou repetir aqui, pois todos sabemos.

Mas as maiores das barbáries e atrocidades têm algum limite, pelo menos nos países Ocidentais. Quando o plano AKTION (18/08/1938) dos nazistas exterminou milhares de crianças internadas por transtornos neurológicos irreversíveis, o Reich simulou que essas crianças tinham doenças incuráveis, e os pais delas receberam cartas supostamente pessoais do Führer, onde o famoso psicopata fingia solidariedade, e dizia às famílias que apesar dos esforços dos médicos do Reich, os meninos não tinham podido ser salvos. Inclusive, nos primeiros três casos, esta forma irracional de eutanásia de aplicou com o consentimento dos pais.

Uma mentira cínica, sim, mas pelo menos as pessoas não eram humilhadas em sua dor, e os nazistas reconheciam que a sociedade tinha uma sensibilidade que não permitiria a eutanásia massiva de meninos que podiam viver dignamente dentro de suas limitações.

Nem Hitler, dado como exemplo de barbárie numa época que a América Latina era pouco conhecida, foi capaz de dizer: Matamos esses moleques e fizemos sabão com eles. Aliás, nesse caso particular, cadáveres não foram industrializados como durante a Guerra, mas queimados como os de qualquer pessoa.

Mas, no Brasil do século 21º estes refinamentos são considerados antiquados. Com efeito, um apresentador da TV Diamante, da Cidade de Diamantino, MT, uma região pecuária onde o poder absoluto está concentrado na família do magistrado Gilmar Mendes (à qual, segundo pelo menos umas 20 matérias publicadas na Internet hoje, pertence oficialmente esse Canal) propõe publicamente:

1.    A formação de “sociedades do crime” (assim chamadas por ele, sem nenhum dissimulo) para acabar com crianças de rua, pequenos infratores e outros meninos pobres. Ele justifica que esse método deu certo em Goiana.

2.    Ele sugere fazer sabão com os cadáveres (“se é que os meninos servem para isso”).

3.    Tira sarro de uma promotora que se opõe ao toque de recolher em Diamantino. (Aliás, a promotora não deveria ter argumentado com estes teratológicos sujeitos, que Diamantino não tem local para uma prisão de menores. O que ela deve fazer é mandar prender os que propõem a alteração da ordem constitucional).

Não acreditam? É justo, mas vejam este vídeo e digam se parece montagem.


É provável que nos países que hoje são grandes amigos do Brasil (Irã, Sudão, Síria), este cara recebesse um prêmio. Mas, em qualquer lugar minimamente civilizado, o canal seria fechado, seus donos severamente punidos e o apresentador condenado a prisão.

Já num país altamente civilizado, ele nunca teria chegado a esse lugar.

Cabe perguntar: O que Faz o Ministério Público?














Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...