quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"MANUEL BANDEIRA" - (AMIGA ANICE ENVIA)

"Na sombra cúmplice do quarto
ao contato das minhas mãos lentas
a substância da tua carne era a
mesma que a do silêncio.
Do silêncio musical, cheio
de sentido místico e grave,
ferindo a alma de enleio
mortalmente agudo e suave.
Ah, tão suave e tão agudo!
Parecia que a morte vinha...
era o silêncio que diz tudo
e que a intuição mal advinha.
É o silêncio da tua carne.
Da tua carne de âmbar, nua,
quase a espiritualizar-se,
na aspiração de mais ternura."

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