segunda-feira, 24 de novembro de 2008

"ANDRÉ GIDE" - FRAGMENTO E ENREDO - "O IMORALISTA"

FRAGMENTO DA OBRA "O IMORALISTA" DE ANDRÉ GIDE:
http://meninosdekichute.zip.net/arch2006-03-12_2006-03-18.html

_ "...Não pretendo outra coisa que o natural e, em cada ação que pratico, o prazer que ela me dá é uma prova de que devia praticá-la... Ah! se todos que os cercam pudessem convencer-se disso. Mas quase todos eles pensam que só obterão de si mesmos algo de bom pelo refreamento; só se sentem contentes nesse estado. É a si mesmos que menos procuram parecer-se. Cada um deles tomam para si um padrão, depois o imita; não chegam mesmo a escolher o padrão que imita; aceita um padrão já escolhido. Creio, entretanto, que há outras coisas para ler em um homem. Mas eles não ousam. Não ousam virar a página. Leis da imitação; eu chamo a isso: leis do medo. Eles têm medo de ficar sós; e não ficam sós de modo algum. Esta agorafobia moral me é tediosa; é a pior das covardias. Entretanto, é sozinho que o homem inventa. Mas quem fala de inventar? O que existe em cada um de diferente é precisamente o que ele possui de raro, o que faz seu próprio valor; e é isto que se procura suprimir. Imita-se. E pretende-se amar a vida."


DA WIKIPÉDIA,ENREDO:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_imoralista
É a história suave e sofisticada de um homem, Michel, que, após recuperar de uma doença grave, começa a ver o mundo, a natureza, a sociedade e a sua própria sexualidade sob uma perspectiva radicalmente diferente. As alusões de Gide à homossexualidade de Michel são muito delicadas, aparecendo apenas indiretamente, mais por subentendidos relacionados com a situação descrita que por uma referência clara e objetiva: a preferência de Michel por estar entre trabalhadores de "classe baixa", a sua admiração por Moktir, um jovem árabe a quem tudo é perdoado, o beijo roubado ao condutor Siciliano, bem como os parágrafos finais mais francos e directos sobre Ali: "Ela (a irmã de Ali) não estava aborrecida, mas agora, de cada vez que a encontro, ri-se e mete-se comigo dizendo que eu gosto mais do rapaz (Ali) que dela. Afirma que é por causa dele que eu fico (no Norte de África). Talvez não esteja completamente errada...". A escrita de Gide em O Imoralista é simples e linear, mas muito elegante e quase poética. Escreve na primeira pessoa, como se contando as suas próprias experiências numa confissão sussurrada

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