quarta-feira, 12 de novembro de 2008

12/11/2008 - 09h58
Vitória de Obama deve inspirar judeus, diz "Haaretz"
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colaboração para a Folha Online

A eleição do democrata Barack Obama nas eleições presidenciais americanas traz novas perspectivas para Israel e um novo passo em direção ao conceito de igualdade e humanidade, afirma análise publicada nesta quarta-feira pelo jornal "Haaretz".

A vitória de Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, é marcante para os judeus que já vivenciaram os males do preconceito e sabe a importância do conceito de que todos são iguais.

"Apenas no século 19 os judeus começaram a receber direitos iguais em muitos países e foi apenas no século 20 que os judeus foram efetivamente aceitos nas sociedades ocidentais. Até mesmo nos EUA os judeus não era aceitados em alguns clubes e empresas de advocacia até algumas décadas atrás", escreve o jornal.

Leia a íntegra, em inglês

Se os judeus exigem que o mundo não esqueça os 6 milhões de vítimas o Holocausto, afirma "Haaretz", não deveria esquecer também os 6 milhões de negros mortos durante a longa história de escravidão.

Obama deve levar também uma nova perspectiva de negociação com os muçulmanos, que não poderão usar argumentos anti-muçulmanos contra um homem que se chama Barack Hussein Obama e tem parentes muçulmanos. A rede terrorista Al Qaeda disse claramente preferir o republicano John McCain por ser um inimigo muito mais óbvio.

Como um presidente cosmopolita, com uma história muito mais global que tipicamente americana, Obama deve levar ao governo americano a causa dos universalistas, como os judeus "que nunca se encaixaram em uma categoria simples".

O jornal ressalta, contudo, que Obama não será a solução para todos os problemas da região e nem mesmo dos EUA. "Ele tem grandes desafios à frente e nós ainda temos que ver quanto tempo e energia ele vai dedicar à sua promessa de não abandonar o conflito no Oriente Médio", escreve.

Mas o democrata americano deve servir de inspiração para os judeus refletirem porque na próxima eleição israelense --que deve formar o governo de coalizão sob a chanceler Tipzi Livni-- não tem um candidato que traz esperança como lema.

"Talvez seja porque nenhum de nossos líderes em potencial defende a idéia de uma humanidade universal e dos direitos humanitários que inspiraram tantos judeus durante os últimos dois séculos", conclui o "Haaretz".

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