terça-feira, 24 de agosto de 2010
CIDADE DEFUNTA
(da série "trágicos panfletos sim")
"Aqui jaz": ipês amarelos e roxos, paineiras, araçás e manacás!...
A mangueira e o pé de nêsperas de meu antigo quintal
foram sepultados quase vivos!
muitas árvores clamam de seus túmulos!...
o concreto desta cidade fúnebre
tapou os poros de nossa terra!
A terra onde a garoa secou!
Cabos de aço deram-lhe
fatais desérticos
golpes de misericórdia!Hoje,onde havia cheiro de terra molhada,
Há o caldo da morte fétido e estridente,
a gritar-nos:
“Assassinos habitantes de São Paulo”!
Nadia Stabile – SP, 24/08/10
*natureza esquartejada e sepultada é o que há nas megalópoles!
Vivemos em cima de um cemitério,somos defuntos como a cidade!
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