sexta-feira, 26 de junho de 2009

POESIA EXPRESSIONISTA ALEMÃ - LIVRO Organizado por Claudia Cavalcanti (Org.)

Poemas de Johannes R. Becher, Gottfried Benn, Albert Ehrenstein, Iwan Goll, Walter Hasenclever, Georg Heym, Jakob van Hoddis, Wilhelm Klemm, Else Lasker-Schüler, Alfred Lichtenstein, Ludwig Rubiner, René Schickele, Ernst Stadler, August Stramm, Georg Trakl e Franz Werfel. Com gravuras de Max Beckmann, George Grosz, Lyonel Feininger, Ernst Ludwig Kirchner, Max Pechstein, Karl-Schmidt Rottluff, Lasar Segall, entre outros.

No contexto de um ressurgimento de interesse pelo expressionismo no Brasil, a Estação Liberdade lança esta antologia de poesia expressionista alemã organizada pela tradutora e germanista Claudia Cavalcanti. Não data de hoje o fascínio exercido por este movimento artístico primordial do século XX no Brasil, mas só agora pode-se dizer que há uma certa agitação em torno dele, para o que certamente contribuirá a grande exposição de artistas plásticos do expressionismo no Rio de Janeiro e (com inauguração em 10 de outubro) em São Paulo. Assim como contribuiu também a herança expressionista do período alemão do pintor Lasar Segall, entre outros.(...)

LEIA MAIS EM : FONTE : http://www.estacaoliberdade.com.br/releases/poesia.htm.

Poemas

O visiotário
Jakob van Hoddis

(1918)

Lâmpada, não esquente.
Da parede saiu um braço magro de mulher.
Era pálido e tinha veias azuis.
Os dedos estavam carregados de preciosos anéis.
Quando beijei a mão, assustei-me:
Estava viva e quente.
Arranhou-me o rosto.
Peguei uma faca de cozinha e cortei algumas veias.
Um grande gato lambeu graciosamente o sangue do chão.
Entretanto um homem de cabelos arrepiados subiu
Por um cabo da vassoura encostado à parede.

Programa
Wilhelm Klemm

(1915)

Não queremos poesia,
Queremos mágicas, artifícios,
Procuramos tapar na existência fatais vazios
E apesar de imenso esforço, uma atrofia.

Mas o que sabem vocês outros da secreta elevação,

Dos sagrados e histéricos soluços da garganta a chorar,
Quando, consumidos pelo haxixe da alma em imersão,
Beijamos o primeiro degrau, para além de cujo limiar
Os deuses moram?

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