quinta-feira, 4 de maio de 2017
teatro municipal no meio do lixo
ao descer a escada rolante na estação sé do metrô de sp, meus olhos fixaram-se na cabeça da senhora a frente que possuía uma textura estranha, imaginei que usasse peruca, mas não.
no final da escada um rapaz tenta pedir moedas a tal senhora e assusta-se...percebo seus braços todos cheios de bolotas, doença rara, não cheguei a ver seu rosto, mas se tivesse visto o rosto desta senhora, a surpresa talvez teria sido bem menor do que constatar que três jovens me pediram moedas enquanto eu comprava o bilhete para embarcar. devia fazer mais de 6 meses que por ali não passava...foi duro demais ver a pobreza explícita e gritante no centro de são paulo.
noutro momento em outra estação nem tão central assim, mais pedintes, sempre homens.
neste dia estranho, errei caminhos, andei 4 vezes mais do que precisaria.
senti como se voltasse umas três décadas ou mais no tempo, e tornasse a sentir o povo desencantado, desolado, sem esperança. o teatro municipal está como que submerso no lixo...a praça Ramos de Azevedo está irreconhecível com o prédio do antigo mappin caindo aos pedaços, o povo acinzentado e a garota vendendo cartões para celulares sozinha na porta do shopping light...quase ninguém nas ruas, shopping quase vazio, e a fila dos desempregados na porta das casas bahia, mais parecia ser fila de condenados.
o saxofonista na ponta do longo corredor frio e cinza, esquentou o fim da manhã com sua melodia dourada e fora deste mundo.
nadia gal stabile - 04 05 2017
INÍCIO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário