‘Orbitals’ (Variation B) – Arte Computacional por J.Tarbell
Por Erika Antunes e Joel Giglio.
A relação entre elaboração artística e expressão do mundo subjetivo
passou a ser estabelecida como um importante foco de interesse de
estudiosos representantes do meio científico e de integrantes do meio
artístico a partir do final do século XIX,tendo maior repercussão a
partir do início do século XX. Nesse período,portanto, alguns estudos
considerados pioneiros demarcam o início das pesquisas na área.
passou a ser estabelecida como um importante foco de interesse de
estudiosos representantes do meio científico e de integrantes do meio
artístico a partir do final do século XIX,tendo maior repercussão a
partir do início do século XX. Nesse período,portanto, alguns estudos
considerados pioneiros demarcam o início das pesquisas na área.
Ferraz (1998), em seu livro ‘Arte e Loucura‘,
descreve o momento histórico que se caracteriza pelo entrelaçamento
entre áreas distintas, vislumbrando a interseção entre arte, psicologia,
psiquiatria e psicanálise. Ela menciona vários importantes
pesquisadores que inicialmente abordaram a interface: arte e saúde
mental,dentre os quais podemos citar: Tardieu, em 1872; Simon, em 1876
e1888;Lombroso, em 1889; Mohr, em 1906; Rejà, em 1907 e Prinzhorn, em
1922.
descreve o momento histórico que se caracteriza pelo entrelaçamento
entre áreas distintas, vislumbrando a interseção entre arte, psicologia,
psiquiatria e psicanálise. Ela menciona vários importantes
pesquisadores que inicialmente abordaram a interface: arte e saúde
mental,dentre os quais podemos citar: Tardieu, em 1872; Simon, em 1876
e1888;Lombroso, em 1889; Mohr, em 1906; Rejà, em 1907 e Prinzhorn, em
1922.
Com relação a esses pesquisadores, destacaremos aqui dois deles: Mohr e
Prinzhorn. Mohr recebeu maior notoriedade científica após a publicação
de um trabalho sobre a produção gráfica de doentes mentais. Ele
influenciou vários outros estudos que contribuíram com a elaboração de
alguns testes projetivos amplamente difundidos no campo da psicologia e
da psicanálise. Prinzhorn, por sua vez, publicou em1922 o livro cujo
título em português é ‘A expressão da loucura’. Essa publicação teve na
época importante repercussão, valorizando as elaborações artísticas dos
doentes mentais como produções de arte verdadeiramente
reconhecidas,ressaltando a preservação das possibilidades criadoras
desses indivíduos em detrimento da desintegração psíquica,
característica dos transtornos mentais(Ferraz, 1998).
Prinzhorn. Mohr recebeu maior notoriedade científica após a publicação
de um trabalho sobre a produção gráfica de doentes mentais. Ele
influenciou vários outros estudos que contribuíram com a elaboração de
alguns testes projetivos amplamente difundidos no campo da psicologia e
da psicanálise. Prinzhorn, por sua vez, publicou em1922 o livro cujo
título em português é ‘A expressão da loucura’. Essa publicação teve na
época importante repercussão, valorizando as elaborações artísticas dos
doentes mentais como produções de arte verdadeiramente
reconhecidas,ressaltando a preservação das possibilidades criadoras
desses indivíduos em detrimento da desintegração psíquica,
característica dos transtornos mentais(Ferraz, 1998).
É interessante observarmos que, nesse momento histórico, o movimento
psicanalítico também começou a eclodir, havendo confluência de
interesses, já que a psicanálise,especialmente Freud, também buscava
nessa época a compreensão da dinâmica psíquica a partir de estudos sobre
as obras de alguns artistas consagrados,tanto nas artes plásticas
(Freud, 1910/1970 e 1914/1974) como na literatura.
psicanalítico também começou a eclodir, havendo confluência de
interesses, já que a psicanálise,especialmente Freud, também buscava
nessa época a compreensão da dinâmica psíquica a partir de estudos sobre
as obras de alguns artistas consagrados,tanto nas artes plásticas
(Freud, 1910/1970 e 1914/1974) como na literatura.
Na década de 20,entretanto, a arte começou a ser vista sob um enfoque mais
amplo,contemplando não somente a possibilidade de diagnóstico, mas
também sendo destacado seu aspecto terapêutico. Jung passou a introduzir
a arte como parte do processo psicoterapêutico de seus pacientes, como
veremos no próximo tópico.
amplo,contemplando não somente a possibilidade de diagnóstico, mas
também sendo destacado seu aspecto terapêutico. Jung passou a introduzir
a arte como parte do processo psicoterapêutico de seus pacientes, como
veremos no próximo tópico.
Posteriormente,
então, a esses primeiros estudos, a partir dos anos 40, a arteterapia
foi realmente sistematizada, tendo como precursora Margareth Naumburg,
nos Estados Unidos,que foi bastante influenciada pela abordagem
freudiana; a autora trabalhou com a produção da arte espontânea durante a
psicoterapia, considerando que as imagens espontaneamente projetadas
nas produções gráficas e plásticas permitem a expressão do inconsciente.
O
processo de arteterapia se baseia no reconhecimento de que os
pensamentos e os sentimentos mais fundamentais do homem, derivados do
inconsciente, encontram sua expressão em imagens e não em palavras. As
técnicas da arteterapia se baseiam no conhecimento de que cada
indivíduo, treinado ou não em arte, tem uma capacidade latente de
projetar seus conflitos internos em forma visual. Quando os pacientes
visualizam tais experiências internas, ocorre freqüentemente que eles se
tornam mais articulados verbalmente (Naumburg, 1991, p.388).
Outros
autores desenvolveram importantes trabalhos que contribuíram com a
sistematização da arte no processo terapêutico. Podemos citar aqui Edith
Kramer, desenvolvendo trabalhos na década de 50, Françoise Dolto,
trabalhando com crianças na década de 70, Janie Rhyne, introduzindo a
concepção da Gestalt-Terapia no trabalho com arte nos anos 70 e
Natalie Rogers, aplicando a concepção da Teoria Centrada na Pessoa,
desenvolvida por seu pai Carl Rogers, também na década de 70(Andrade,
2000).
A
arteterapia, entretanto,vem sendo considerada uma modalidade
terapêutica com características próprias, abarcando em si algumas
distinções técnicas e conceituais,diferenciando-se através de duas
linhas de atuação: arte como terapia (artas therapy) e arte psicoterapia (art psychotherapy). Na
primeira delas, o foco principal da terapia está no processo artístico,
considerando suas propriedades curativas. Na segunda vertente, os
recursos artísticos são utilizados amplamente durante o processo
psicoterapêutico, acrescentando a via imagética e pictórica na
comunicação entre paciente e psicoterapeuta (nesse caso, com a
utilização de técnicas de artes plásticas). Nessa segunda linha de
atuação, o fazer arte ocorre dentro de um enquadre psicoterapêutico
específico, seguindo princípios, técnica, embasamento teórico e objetivos
que visam fundamentalmente o desenvolvimento emocional do indivíduo,
repercutindo na ampliação de potencialidades criativas (Andrade, 2000).
No
Brasil, o enfoque psicodinâmico fundamentou os trabalhos pioneiros na
introdução da arte como proposta terapêutica realizada junto a pacientes
psiquiátricos institucionalizados. Esses trabalhos foram desenvolvidos
por Osório César em São Paulo e por Nise da Silveira no Rio de Janeiro, repercutindo profundamente na proposta atual do arteterapeuta.
Osório
César, baseando-se no referencial freudiano, é considerado o precursor
da perspectiva terapêutica da arte no Brasil. Sua prática foi realizada
com pacientes internos do Hospital Psiquiátrico do Juqueri e seu
primeiro artigo sobre esse tema, datado de 1925,intitula-se: ‘A Arte Primitiva nos Alienados‘ (Ferraz, 1998).
(...)
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