domingo, 29 de novembro de 2009

TREM - ADÉLIA PRADO E DRUMMOND

"Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento."

Adélia Prado

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(...)Se de tudo fica um pouco,

Mas porque não ficaria

um pouco de mim? No trem

que leva ao norte, no barco,

nos anúncios de jornal,

um pouco de mim em Londres,

um pouco de mim algures?

Na consoante?

No poço?

Um pouco fica oscilando

Na embocadura dos rios

E os peixes não o evitam,

Um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.(...)

**Fragmento do poema "Resíduo" de Drummond

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