"SOLIDÃO" E "INCLUSÃO SOCIAL"

 Aqui em São Paulo,quando não existiam *tantos(leia abaixo sobre o Edifício Martinelli) arranha céus,
quando minha mãe era moça,década de 40,50...
as pessoas eram solitárias,mas de uma outra forma.
Se a solteirona saísse na rua pra passear e fizesse algo indecoroso,
no dia seguinte o bairro todo estaria sabendo o que a tal solteirona tinha feito.
Por mais que a solteira  fosse solitária, o fato de todos comentarem sobre sua vida,já seria uma forma de inclusão social, porque ela saberia não ser invisível aos olhos dos outros!
Se a pessoa fosse idosa,viuva, com seus filhos já casados e saísse na calçada de sua casa,geralmente encontraria pessoas a conversar,alguns com os cotovelos calejados em suas janelas,outros mais ousados com suas cadeiras na calçada, e as crianças em volta a brincar com seus triciclos,ou outros brinquedos...enfim, as conversas existiam, nas calçadas, nas praças, nas casas,ainda existia o hábito de se fazer visitas!
Hoje com o caos urbano de São Paulo,uma das maiores megalópoles do mundo,o tempo em que poderiam dedicar-se às conversas,fica perdido dentro do trânsito enlouquecedor para retornarem às suas casas,e o pior é que dentro do metrô, ou no ônibus,quase ninguém tem disposição para a conversa.
O que posso dizer para cooperar com a transformação deste nosso dia a dia doido é,
que as pessoas tentem estabelecer contatos,mesmo dentro do metrô e do ônibus,esqueçam-se um pouco das antigas frases de nossos avós e pais,aquelas que diziam para não conversar com estranhos...parece que ainda nos sentimos crianças incapazes como eles nos faziam crer que fôssemos...percebo que homens são mesmo mais fechados,possuem menos empatia,e por isso não conseguem iniciar um bom papo dentro do metrô.As mulheres por outro lado,são muito empáticas,adoram falar,mas sentem-se intimidadas em puxar conversa com um homem, por exemplo!
Os temores causados pela mídia,são outro agravante,as pessoas sentem medo de falar com qualquer pessoa, por levarem em conta os possíveis seqüestros, ou golpes...
Precisamos nos lembrar sempre, que a mídia por ser o quarto poder,está a intentar quase sempre,a desunir,alarmar,e por possuir ideologia dominante,quer sempre dominar a massa....porém,felizmente,as mídias livres que surgem na Internet,poderão neutralizar esta atuação que já vem se perpetuando...
E finalizando,podemos imaginar que a solidão deixaria de existir se as pessoas voltassem a conversar de maneira informal por onde passassem.
O "UM PRA UM" é o primeiro passo para que a inclusão social aconteça!
Esta tal inclusão social imposta de cima pra baixo, pelos governos...isto não significa quase nada se as pessoas individualmente não incluírem as outras em seu dia a dia! Uma simples conversa pode ajudar muito qualquer pessoa!
Sei de um caso de uma amiga que num simples papo de rua, mudou sua vida, porque a pessoa que conversou com ela deu -lhe uma dica de escola,e só por causa disto sua vida tomou outro rumo!
Desconfio que nossa intuição,nossa vontade de olhar para o outro e querer dizer algo precisa ser exercitada...senão,todos sucumbiremos juntos!

Nadia Stabile - 11/11/09

*O PRIMEIRO ARRANHA CÉU DA AMÉRICA LATINA - 1929 -EDIFÍCIO MARTINELLI

O Edifício Martinelli, com 30 pavimentos, foi o primeiro arranha céu da América Latina. Está localizado no triângulo formado pela Rua São Bento nº405, Av. São João nº 35 e Rua Libero Badaró nº 504, no centro de São Paulo.
[editar] História

Construído baseado na técnica contrutiva de alvenaria de tijolos e estrutura de concreto. Atualmente, considerado o símbolo arquitetônico mais importante do momento de transição da cidade baixa. A construção foi iniciada em 1922, inaugurado em 1929 com 12 andares seguindo até 1934 finalizando a obra com 30 andares (130 metros).
Foi arquitetado e projetado pelo seu proprietário, o italiano Giuseppe Martinelli. Não tendo apoio governamental para terminar a obra, Martinelli foi obrigado a vender uma parte do empreendimento ao "Istituto Nazionale di Credito per il Lavoro Italiano all´Estero" do Governo Italiano, motivo pelo qual o Governo Brasileiro tomou o prédio para si, após a Segunda Guerra.(...)
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