O LEGADO DE BEAKMAN - LEANDRO STEIN (DO BOLETIM DA ABRADIC - NJR - ECA/USP) (CLIQUE AQUI PARA LER MAIS)

O Legado de Beakman

Leandro Stein

Quando eu era criança, um dos meus programas favoritos, assim como o de muitos daqueles pertencentes à minha geração, era “O Mundo de Beakman”. Transmitido originalmente na televisão aberta brasileira pela TV Cultura, o seriado conseguia conciliar ciência e diversão de forma bastante irreverente.
No comando da apresentação, o cientista Beakman recebia cartas de fãs fictícios com perguntas abordando temas de diversas áreas da ciência. Auxiliado pela assistente Josie (depois substituída por Liza e esta por Phoebe) e pelo trapalhão rato de laboratório Lester, Beakman conseguia explicar o conceito científico presente em cada fenômeno. Além disso, ensinava experiências que podiam ser feitas em casa.
Em alguns episódios, o cientista contava com presenças ilustres. O próprio ator que encenava Beakman, Paul Zaloom, se passava por “astros” da ciência já falecidos, como Newton, Einstein, Edison, dentre outros.
E assim, através de “O mundo de Beakman”, é que tive meus primeiros contatos com a ciência, lá pelos meus cinco ou seis anos. De tão fã do programa, quando colocado na linha de fogo da pergunta-clichê “o que você quer ser quando crescer?”, respondia sempre de bate-pronto: cientista.
Hoje em dia, alguns anos mais velhos e já encaminhado na trilha do jornalismo, vejo que Beakman ainda pode ser um exemplo na carreira em que sigo. Logicamente, não como um experimentador maluco. Mas como um grande divulgador científico, direcionado para um público alvo muito difícil de lidar.
Por meio da irreverência, da criatividade e da comparação com situações cotidianas para tornar o assunto mais palpável, “O Mundo de Beakman” cumpria com êxito a missão de transmitir conceitos muitas vezes complexos. Inércia, terremotos, ótica, dinossauros, reações químicas. Temas diversos tornaram-se menos misteriosos para uma geração de espectadores e fãs.
Mesmo mais de dez anos após a exibição do último episódio do seriado, a produção ainda continua servindo não apenas como exemplo de programa que pode acrescentar cultura à educação das crianças. Beakman é, sobretudo, um caso de “cientista” que, independente das limitações de seu público, consegue tornar compreensíveis os seus conhecimentos às massas e não somente a seus pares.
Não era criança ou adolescente na década de noventa e ficou interessado em conhecer o programa? Alguns trechos de episódios podem ser assistidos AQUI.
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FONTE : http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/abradic/principal.htm