Cantai, cantai! Nada que seja te apresse, por hora.
Que não te inquiete mais não ter para onde ir.
As frases não ditas, como almas de um devir
Caiam-se ao solo, sementes prenhes de aurora.
Ecoemos anosos desejos, nos jardins a florir.
Estejamos, sem reparos, onde o amor se demora.
Cantemos delírios de poeta, ao findar da terna hora.
Ah! Me alegra estar contigo! Como me fazes sorrir!
Hinos célticos cantai! À Deusa Fortuna, tecei loas.
Por amor, cantai numa opera de gestos, cantai.
Há pássaros nos pomares! Aprenda com estes e voa!
Dançando ao vento alísio, estirpe da dor todo ai.
Desate o nó no peito e o desatino que te povoa.
Súbito, dedica o teu momento aos Deuses e vai.
Ricardo Sant’anna Reis
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